
Anna Akhmátova (1889-1966): sua obra é a mais importante manifestação literária de uma mulher russa no século XX, sobrevivente do stalinismo. Nasceu Anna Goriênko, mas adotou o nome da bisavó materna, de origem tártara, Akhmátova.
Busco no livro maravilhoso do fantástico Lauro Machado Coelho – ainda o reconhecerão! – alguns poemas de Anna.
“De manhã, ainda havia serenos poemas
sobre outras coisas. Mas à noite, o mundo inteiro
tinha sido feito em cacos.”
“Pensávamos: somos mendigos, nada temos,
mas à medida que perdíamos uma coisa após outra
até cada dia transformar-se
no dia da Lembrança – começamos a compor canções
sobre a grande generosidade de Deus
e como tínhamos sido ricos antes.

Em 1915, Anna conheceu o grande amor de sua vida, Borís Anrep, um especialista em mosaicos. Um poema culpado para ele:
“Dentro de cada ser há um segredo
a que nem a paixão consegue acesso,
inda que os lábios fundam-se num beijo
e o coração de amor se despedace.
Asa (1911)
Eu vivo como um cuco no relógio.
Não invejo os pássaros livres.
Se me dão corda, canto.
Só aos inimigos
Se deseja
Tanto.
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