“Viver é lutar”. Talvez seja esse o mais famoso verso da Canção do Tamoio, de Gonçalves Dias. O poema tornou-se uma vívida expressão do período romântico brasileiro, sobretudo em sua fase indianista. O indígena brasileiro representa o herói nacional. Na análise de Álvaro Lins e Aurélio Buarque de Holanda, Gonçalves Dias “interpretou como ninguém antesContinuar lendo ““Viver é lutar”, por Jénerson Alves”
Arquivos da categoria: Biografia
Emily Dickinson
Emily Dickinson nasceu em 1830; viveu 56 anos, solitária – na casa paterna. Sua poesia tem algo de transcendental. Teve apenas 10 poemas publicados em vida (de um total de 1.775), alguns anonimamente. São características de sua poesia a intensa emoção concentrada e a alta densidade simbólica. “Eu morri pela beleza, mas mal fuiAjustado naContinuar lendo “Emily Dickinson”
Obsolescência do humano
Günther Anders (1902-1992) era filósofo, jornalista e ensaísta. Foi casado por oito anos com Hannah Arendt. Era primo de Walter Benjamin e seus pais foram os fundadores da psicologia do desenvolvimento infantil (Clara e William Stern). Foi aluno de Husserl e de Heidegger. Procurou entender a perplexidade diante da possibilidade de aniquilamento da humanidade pelaContinuar lendo “Obsolescência do humano”
“Se a luz é o primeiro amor da vida, não é o amor a luz do coração?” (Balzac)
Shakespeare nasceu há 459 anos, num 23 de abril, e morreu há 407 anos, num 23 de abril. Esta referência é para homenageá-lo e falar sobre as asperezas da vida, que às vezes nos alça ao reconhecimento e, noutros momentos nos joga na lama. Honoré de Balzac (1799-1850), aos 17 anos, foi estudar na SorbonneContinuar lendo ““Se a luz é o primeiro amor da vida, não é o amor a luz do coração?” (Balzac)”
“Ame a terra, o sol e os animais, despreze as riquezas, dê esmolas a todo aquele que pede, defenda os estúpidos e loucos…” (Whitman)
Raúl González Tuñón (1905-1974, foto) foi um poeta e escritor de Buenos Aires. Trabalhou como correspondente na Guerra Civil Espanhola. Em Madrid, iniciou amizades com Federico García Lorca, Miguel Hernández e Pablo Neruda. MÚSICA DOS PORTOS (Tuñón) Música dos portos sempre igual/ e diferente./ Bandeiras com cores iguais/ para todos os olhos/ iguais e diferentes./ ProaContinuar lendo ““Ame a terra, o sol e os animais, despreze as riquezas, dê esmolas a todo aquele que pede, defenda os estúpidos e loucos…” (Whitman)”
“Os abismos do mesmo abismo: ser”
Estou envelhecendo e a impressão que tenho da vida cabe num substantivo. Não vou dizê-lo aqui, só no meu epitáfio; ainda tenho compromissos com esta vida. Não quero estar certo, pois isto é perigoso. Resta uma voz que mistura esperança e dor, o que dá um certo cansaço. “Estes fragmentos, eu os recolhi entre minhaContinuar lendo ““Os abismos do mesmo abismo: ser””
O ganhador do Nobel em química que previu uma crise entre a natureza e o capital
1921. Frederick Soddy (1877-1956) recebeu o Prêmio Nobel em química por seu trabalho sobre radioatividade. A partir deste ano, entretanto, deu uma guinada e escreveu quatro livros numa campanha por uma reestruturação radical do sistema monetário global. Ele foi influenciado por um excêntrico e intransigente inimigo da industrialização, John Ruskin (1819-1900, foto). Ruskin foi umContinuar lendo “O ganhador do Nobel em química que previu uma crise entre a natureza e o capital”
“Mantenha um espaço em seu coração para o inimaginável” (Mary Oliver)
Mary Jane Oliver (1935-2019) foi uma poetisa americana. A natureza era sua principal inspiração, cultivada por caminhadas solitárias. Num verso, pergunta a uma folha: “Diga-me, o que você planeja fazer/ com sua única vida selvagem e preciosa?” Tenho amigos que acham que poesia é uma coisa tola, que nada agrega, que desfoca do objetivo maior:Continuar lendo ““Mantenha um espaço em seu coração para o inimaginável” (Mary Oliver)”
“É-se por dentro; por fora está-se” (Vergílio Ferreira)
O português Vergílio Ferreira morreu em 1996, aos 80 anos. Foi romancista, ensaísta e contista. Sua obra trata do sentido da vida, o mistério da existência, o nascimento e a morte: os questionamentos da condição humana. Para ele, “a estrutura do que somos não muda com a idade. Apenas, como na música, somo-lo noutro tom.Continuar lendo ““É-se por dentro; por fora está-se” (Vergílio Ferreira)”
Maus pensamentos, de Paul Valéry
Paul Valéry (1871-1945) foi poeta, ensaísta e pensador. Em 1892, ao visitar parentes em Gênova, Valéry passou por uma profunda transformação pessoal. Durante uma violenta tempestade, ele determinou que deveria se libertar “custe o que custar, dessas falsidades: literatura e sentimento”. Dedicou os vinte anos seguintes a estudar matemática, filosofia e linguagem. Até 1912, eleContinuar lendo “Maus pensamentos, de Paul Valéry”