Como perceber o espaço

Uma das inovações trazidas pelo Renascimento foi a “perspectiva“. Ela causou um rebuliço no meio artístico. A perspectiva é uma técnica de representação do espaço tridimensional numa superfície plana, de modo que a imagem obtida se aproxime daquela que se apresenta à visão. Os avanços na ótica e na geometria permitiram a projeção de objetosContinuar lendo “Como perceber o espaço”

Escolhas que nos definem

Paul Cézanne, nascido num 19 de janeiro, há 184 anos, tinha uma obsessão pela Montanha de Santa Vitória, na sua cidade, Aix-en-Provence. Pintou-a mais de sessenta vezes, com crescente liberdade. A tela que ilustra o texto, foi a derradeira da série e de sua vida (morreu em 1906) Nela, “a sucessão de camadas de tintaContinuar lendo “Escolhas que nos definem”

A timidez de Schubert

O pequeno e rechonchudo Franz Schubert era a personificação da timidez. Morreu, aos 31 anos, sem reconhecimento público. Só os amigos o veneravam. Um desses amigos, o cantor Johann Michael Vogl, acompanhando-o numa visita a Salzburg, quando procuravam a pessoa que Mozart se baseara como modelo do Papageno, o caçador de pássaros da ópera FlautaContinuar lendo “A timidez de Schubert”

Só temos que nos aturar e respeitar

Este é o milésimo artigo que publico no site Balaio Caótico! Desde que criei o blog, por estímulo de amigos, em junho de 2020, publiquei uma média de 1,2 textos por dia! Não é normal, reconheço, mas foi uma ótima experiência que vivi, principalmente durante a fase crítica da pandemia. Os incautos que me leem,Continuar lendo “Só temos que nos aturar e respeitar”

A pós-modernidade ainda representa nosso tempo?

A partir dos anos 1840, Charles Baudelaire identificava o que viria a ser reconhecido como Modernismo, ao destacar a atividade de Constantin Guys, como jornalista e ilustrador. Nascia a ideia de que a modernidade seria a reunião do eterno e do transitório, revelando um interesse especial na moda e sua relação com a beleza, comContinuar lendo “A pós-modernidade ainda representa nosso tempo?”

O que o mito de Dioniso nos diz hoje?

A população mundial cresce sem freios, com a xenofobia entre seus efeitos. O estrangeiro é rejeitado, alegadamente por sua alteridade, além dos aspectos econômicos. O diferente é visto como um perigo ou, pelo menos, requer um esforço para adaptabilidade e convivência. As sociedades têm seus regramentos – reflexo e condicionamento dos costumes – que sãoContinuar lendo “O que o mito de Dioniso nos diz hoje?”

Nativismo internacionalista

O termo “modernus” entra em cena quando termina o que conhecemos como Antiguidade, por volta do século V d.C.: justamente nos séculos de “trevas”, nos quais se enfraquece a lembrança das grandezas passadas e instaura-se a inovação, mesmo sem que os inovadores percebam. Isso nos é contado por Umberto Eco. Há um paralelismo entre aqueleContinuar lendo “Nativismo internacionalista”

“Continuam a viver em nós todos aqueles que se foram embora.” (Pirandello)

“Todos vivemos com a ilusão de que os outros, por fora, nos vejam como nós imaginamos ser por dentro. E não é assim.” (Pirandello) Luigi Pirandello é filho do Caos. Este era o nome (Càvusu, no dialeto local) da pequena aldeia onde nasceu, localizada em Agrigento, na Sicília. Cedo, deu-se conta da farsa que éContinuar lendo ““Continuam a viver em nós todos aqueles que se foram embora.” (Pirandello)”

“Tá apertado mas não tá justo” (Alice Ruiz)

“Tá apertado mas não tá justo” Quando os piches de Alice Ruiz surgiram, todos entendiam o recado: apesar do aperto social, não havia justiça. Anos de ditadura. A pichação é um recurso antigo; até na soterrada Pompeia ela foi encontrada, em forma de poesia, mas também como protesto. Lembram dos muros de Berlim? Só pichações.Continuar lendo ““Tá apertado mas não tá justo” (Alice Ruiz)”

As indefinidas formas da vida

Carlito Carvalhosa era um artista múltiplo: pintor, gravador, escultor; um dos principais artistas da arte contemporânea do país.  Há anos lutava contra um câncer no intestino. Foi vencido. Numa das suas fases produzia esculturas de aparência orgânica e maleável, com diversos materiais; noutra, pinturas gigantes … um percurso artístico não linear, imprevisível, mas com umaContinuar lendo “As indefinidas formas da vida”