
Sri Aurobindo foi poeta, filósofo e nacionalista (pela independência da Índia).
Seu pensamento yogi, após abandonar a política, influenciou a muitos.
“Nossa vida visível
e as ações desta vida
não são mais que uma
série de expressões significativas,
mas aquilo que ela tenta expressar
não está na superfície;
nossa existência é algo bem maior
que este ser frontal
aparente
que nós mesmos supomos ser
e que oferecemos ao mundo
em volta de nós.”
Para Sri Aurobindo, a dificuldade real está sempre em nós mesmos, não à nossa volta. São necessários, para nos fortalecer: vontade, desinteresse e fé (confiança).
Deus está dentro de nós! Repetia o que também Tolstoi anunciara em 1894 no seu livro “O Reino de Deus dentro de vós“, que, por sua vez, enfatizava o que Jesus havia dito aos fariseus: “A vinda do Reino de Deus não é observável. Não se poderá dizer: ‘Ei-lo aqui! Ei-lo aqui!’, pois eis que o Reino de Deus está no meio (dentro) de vós”, em Lucas 17, 20-21.
Aurobindo, acrescia: “… nós e Ele somos de uma mesma natureza e, se entrarmos em contato com Ele e colocarmo-nos em Suas mãos, Ele derramará em nós Sua própria Força e descobriremos que nós também, temos o nosso quinhão de divindade, nossa porção de onipotência, onipresença e onisciência. (…) A força que pode fazer isso existe. Mas está escondida numa câmara secreta dentro de nós e, desta câmara, Deus guarda a chave.”
Aquilo que nos favorece torna-se, num determinado ponto, o obstáculo à transformação:
- A razão é o auxílio, mas também o entrave para o Conhecimento, após superar-se os saberes.
- O esforço é o auxílio, mas também o entrave para o Poder, após a superação do querer.
- O desejo é o auxílio, mas também o entrave para a Felicidade, superados os prazeres.
- O ego é o auxílio, mas também o entrave para sermos Pessoas reais, superada a individualização.
Repetindo: nossos olhos estão fixos numa manifestação exterior parcial, que vemos e chamamos de universo, apesar de nada fundamental sabermos a respeito.
Ignoramos a manifestação interior que não vemos, mas experimentamos e sentimos e chamamos de nós mesmos.
Só o que é tangível aceitamos como real.
Nossa mesquinha personalidade esconde a Consciência divina que nos habita.