
“A religião do futuro será cósmica, transcendendo a ideia de um Deus existindo em pessoa e nascida da experiência de todas as coisas, naturais e espirituais.
Se existe uma religião que poderia estar de acordo com os imperativos da ciência moderna, é o budismo.” (Einstein)
O budismo é uma filosofia, ou se quiser, uma religião não teísta, ou seja, não inclui a ideia de uma deidade — um ou vários deuses.
Há convergências entre um sistema de pensamento ‘contemplativo’ e o pensamento científico? No caso do budismo, o ensinamento de Buda não constitui um dogma. Baseia-se na experiência e não em uma revelação. Haveria, então, outros modos de conhecimento que não a ciência?
“A ciência é somente uma janela pela qual o humano percebe o real. A poesia, a literatura, a filosofia, a metafísica, a arte … são janelas igualmente válidas.” (Trinh Thuan)
O budismo tem três noções centrais: a vacuidade, a impermanência e a interdependência.
Na opinião de Thuan, essas três noções são válidas.
A interdependência afirma que nenhuma coisa pode existir em si, mas que ela está vinculada e conectada a todas as outras. A física quântica mostra que duas partículas, uma vez que interagiram juntas, conservam sua memória. Se se perturbar uma, a outra o sabe instantaneamente, sem nenhuma transmissão de informação.
A vacuidade é uma consequência direta da noção de interdependência. A vacuidade não é o nada, mas ausência de existência própria. As partículas que compõem um objeto, por exemplo, quando não são observadas, existem sob a forma de onda. Quando observadas, se tornam partículas. As partículas que constituem o mundo não têm realidade intrínseca; eis a vacuidade.
Sobre a impermanência: tudo, no universo, muda, se move e tem uma história. Tudo evolui, tudo é impermanente.