Escolhas

Toda a revolução tecnológica dos últimos séculos, com o “domínio” da natureza e o “progresso”, trouxe, sim, melhorias na produtividade, renda, consumo, saúde etc. A miséria e a exclusão, entretanto, não foram satisfatoriamente endereçadas. E, o crescimento da solidão parece superar ao da população, como um custo oculto embutido nesse processo. Vemos contingentes populacionais enormesContinuar lendo “Escolhas”

Bakunin, materialista e anarquista

O que seríamos sem os outros, mesmo para um egoísta? Tanto nossa liberdade individual como nossa personalidade só se realizam (potencialmente) se vivermos em sociedade, completando-nos com todos os indivíduos que nos cercam e graças ao trabalho conjunto, à força coletiva da sociedade. Sem os outros seríamos mais estúpidos e miseráveis que qualquer outro animalContinuar lendo “Bakunin, materialista e anarquista”

Zadig e as curvas do destino

Um bando de salteadores abordou Zadig e um deles disse: “Tudo o que levas nos pertence, e a tua pessoa pertence ao nosso amo!”. Zadig e seu criado sacaram as espadas e resistiram ao ataque. Arbogad, o líder dos assaltantes, observava e ficou impressionado com a valentia de Zadig. Mandou seus homens pararem e convidouContinuar lendo “Zadig e as curvas do destino”

A felicidade, por Madame du Châtelet

Émilie du Châtelet (1706-1749) era uma cientista, aficionada por matemática e física. Foi educada num padrão diferente para uma menina da época. Aprendeu latim, grego, alemão, italiano e inglês e, música, dança, teatro, literatura e ciência. A tradução que fez do Principia Mathematica, de Newton, continua como padrão em francês: um volume de mais deContinuar lendo “A felicidade, por Madame du Châtelet”

O terror não se controla

“Se a história passada fosse tudo o que importa no jogo, as pessoas mais ricas seriam os bibliotecários” ironiza Warren Buffett. Ele está certo. O passado só nos é útil se usado como prisma do presente. A história não é um fóssil. Ela é radioativa – emite sinais que podem ser captados. Aliás, os fósseisContinuar lendo “O terror não se controla”

Sobre milagres

Milagre é o que nos deixa “maravilhados”. Desejar e conseguir uma cura para doenças é um milagre? Pode ser, se for algo com poucas possibilidades. Tudo o que nos surpreende – pela superação de dificuldades, baixa probabilidade, fatos inusitados, mudanças no limite – poderia ser visto como miraculoso, a rigor. Neste sentido, o Brasil precisaContinuar lendo “Sobre milagres”

Holodomor

A Ucrânia é um país cercado por interesseiras nações – principalmente a Rússia, que acha que nasceu lá, na Rússia de Kiev. Ela é considerada o “celeiro da Europa” devido à fertilidade de suas terras. O país é um dos maiores exportadores de grãos do mundo, com uma safra muito acima da média. Por isso,Continuar lendo “Holodomor”

O homem sábio pensa consigo mesmo

“Voltaire é e será sempre atual, porque haverá sempre superstição, fanatismo, intolerância, injustiça, simonia, milagres, tolice.” (Acrísio Tôrres) Voltaire (1694-1778) era venenoso. Toda a falsa sensação do amparo religioso e da adoção de pensamentos alheios eram evisceradas e começavam a se deteriorar ao serem expostas. “A ambição de dominar os espíritos é uma das maisContinuar lendo “O homem sábio pensa consigo mesmo”

Entre a dúvida e a fé

A religião veio salvar a humanidade. Salvar do quê e por que? Antes da oficialização do cristianismo, no século IV, os moradores do Ocidente eram livres para adorar seus deuses, quaisquer. Em 25 a.C., Marcos Agripa construiu um Panteão em Roma (reconstruído por Adriano em 126 d.C.), onde qualquer um podia entrar e rezar paraContinuar lendo “Entre a dúvida e a fé”

“Com Voltaire, a pena voa e ri” (Victor Hugo)

Voltaire foi o autor do Dicionário Filosófico, embora, para se proteger dos poderosos, fomentadores da superstição, do fanatismo, da extravagância e da tirania, assumiu a autoria dos verbetes menos controversos e os mais delicados, designou a autores já falecidos ou estrangeiros. Victor Hugo dizia que “com Voltaire, a pena voa e ri”. Sua verve tratavaContinuar lendo ““Com Voltaire, a pena voa e ri” (Victor Hugo)”