Estou envelhecendo e a impressão que tenho da vida cabe num substantivo. Não vou dizê-lo aqui, só no meu epitáfio; ainda tenho compromissos com esta vida. Não quero estar certo, pois isto é perigoso. Resta uma voz que mistura esperança e dor, o que dá um certo cansaço. “Estes fragmentos, eu os recolhi entre minhaContinuar lendo ““Os abismos do mesmo abismo: ser””
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A vida tem ou faz sentido?
Para os existencialistas a vida seria um absurdo. Albert Camus, por exemplo, achava que não haveria valores universais, nem plano divino; tudo seria aleatório. Apesar de nossa racionalidade clamar por ordem e clareza que dêem um significado à nossa existência, o mundo que nos rodeia é indiferente e irracional. Hoje diríamos que ele é movidoContinuar lendo “A vida tem ou faz sentido?”
A vida é poesia e terror
“Entre a ideia/ E a realidade/ Entre o movimento/ E o ato/ Cai a sombra …” (T. S. Eliot) “Ser Flor, é profunda Responsabilidade” (Emily Dickinson) “A floresta precede os povos./ E o deserto os segue.” (François-René de Chateaubriand) “Quem olha para fora sonha, quem olha para dentro desperta.” (Jung) ESPAÇO “Ainda há espaço paraContinuar lendo “A vida é poesia e terror”
“o potencial que me pertence”
A literatura, a poesia em especial, nos permite ver outras realidades e, fazermos questionamentos do “real”. Real é o que acreditamos que exista, conforme nossas lentes mentais. Assim como nos sonhos, a imaginação nos transporta para realidades virtuais, aumentadas ou mistas, desde sempre; multiversos à nossa disposição, baseados nos nossos próprios algoritmos inconscientes. Ao abandonoContinuar lendo ““o potencial que me pertence””
O tempo, por um poeta
Em 1922 começava a modernidade. Aqui, com a Semana de Arte Moderna. Na Europa, com o lançamento de Ulisses, de James Joyce e, com o poema Terra Devastada, de T. S. Eliot. Foi quando a linguagem se rebelou contra a tirania do tema e do personagem, e se tornou protagonista por mérito próprio, diz KevinContinuar lendo “O tempo, por um poeta”
Nativismo internacionalista
O termo “modernus” entra em cena quando termina o que conhecemos como Antiguidade, por volta do século V d.C.: justamente nos séculos de “trevas”, nos quais se enfraquece a lembrança das grandezas passadas e instaura-se a inovação, mesmo sem que os inovadores percebam. Isso nos é contado por Umberto Eco. Há um paralelismo entre aqueleContinuar lendo “Nativismo internacionalista”
Invisíveis
A vertiginosa velocidade das mudanças em curso, em todos os meios humanos, tem tornado, a muitos de nós, desassociados com o ambiente ao redor e, até consigo mesmos. Há um deslocamento, um distanciamento crescente, entre nossas aspirações, desejos, sonhos e a nossa realidade. Mesmo quando parte desses desejos é atingido, a insatisfação (a infelicidade) éContinuar lendo “Invisíveis”
Quem sabe o que se é?
A vida parece simples, para os simples. Da mesma forma, organismos simples, em meios adequados, requerem pouco conhecimento e nenhum planejamento para manterem a vida, apenas reagindo. Bastam alguns mecanismos sensitivos e um conjunto de pré-configurações para reagir conforme o que for percebido e dispor de algum recurso para executar a reação selecionada. Organismos complexos,Continuar lendo “Quem sabe o que se é?”