“A inquietação e a futilidade dividem nossos dias.” (Paul Valéry, 1871-1945) Paul Valéry, no final do século XIX, antecipava o fim do homem e algumas transformações pelas quais estamos passando. VENTO DO NORDESTE (Valéry) “O homem ainda não começou seu trabalho: está ainda preparando suas ferramentas. Quando chegar o momento, dificilmente conservará o nome de homem…Continuar lendo ““A estupidez não é o meu forte” (Paul Valéry, em Monsieur Teste)”
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Niilismo
“O que eu narro é a história dos próximos dois séculos […] descrevo aquilo que vem: a ascensão do niilismo. Posso descrevê-lo porque aqui se passa algo necessário – os sinais disso estão por toda parte; faltam apenas os olhos para tais sinais. Aqui, não louvo, nem censuro, que ela venha; creio numa das maioresContinuar lendo “Niilismo”
Nossos sonhos
Evitamos sonhar, talvez para fugirmos de pesadelos. Nos sonhos temos a oportunidade de ajustarmos nossas emoções e de imaginarmos soluções para nossos infindáveis problemas. Nos tempos atuais parece que perdemos o interesse por nossos sonhos; poucos se lembram deles ao acordar. A virtualidade do cotidiano tende a tomar seu lugar; os sonhos tornam-se aspirações espelhadasContinuar lendo “Nossos sonhos”
A vida tem ou faz sentido?
Para os existencialistas a vida seria um absurdo. Albert Camus, por exemplo, achava que não haveria valores universais, nem plano divino; tudo seria aleatório. Apesar de nossa racionalidade clamar por ordem e clareza que dêem um significado à nossa existência, o mundo que nos rodeia é indiferente e irracional. Hoje diríamos que ele é movidoContinuar lendo “A vida tem ou faz sentido?”
Um certo mal-estar
Jurei absoluta fidelidade a mim mesmo, como fizera Nietzsche ao procurar suas próprias ideias, além das dominantes de então. Para ele, não mais o impressionavam “nem as ideias feudais, nem as ideias dos democratas burgueses, nem o socialismo. Ao redor delas não existem mais que uma mescla informe de sentimentos, de estilos, de instituições eContinuar lendo “Um certo mal-estar”
O futuro como repetição
“… frequentemente os gregos parecem não ter acreditado muito em seus mitos políticos e eram os primeiros a rir deles quando os apresentavam em cerimônias”, comenta Paul Veyne. Porém, a procura da verdade é uma aquisição que a humanidade faz com extrema lentidão, lamentava Nietzsche, em 1873. Ferreira Gullar, sabia que “O mito é nadaContinuar lendo “O futuro como repetição”
Sobre a mediocridade rasteira
“Até neste belo mundo há infelizes. Mas, que é afinal a infelicidade?”, perguntava-se Nietzsche, aos 15 anos. Anotou, também, que “infinita é a procura da verdade”, o que se tornaria sua inquietação por toda a vida, enquanto lúcido. Nessa busca, ele que poderia ter se tornado um pastor luterano, como o pai – trajetória interrompidaContinuar lendo “Sobre a mediocridade rasteira”
“O povo é uma prostituta que se vende a preço baixo.”
A crônica abaixo, de Rubem Alves é provocadora, polêmica. Ao desacreditar o povo como expressão da vontade da nação – portanto, da democracia – (por ser manipulável), pode alimentar argumentos caros a alguns: alguém tem que falar em seu lugar, um autocrata, talvez. No final ele se redime e diz ter esperança num povo capazContinuar lendo ““O povo é uma prostituta que se vende a preço baixo.””
O futuro é desdobramento do presente
O futuro está na esquina, dobrando a esquina. O Brasil é riquíssimo, senão não desperdiçaria todas as oportunidades que surgem. Stefan Zweig veio três vezes ao Brasil. Na última, escolheu-o para estabelecer-se, fugindo da fúria nazista. Em 1941, escreveu o simbólico “Brasil, País do Futuro”. Há boatos de que ele teria sido “estimulado” a encherContinuar lendo “O futuro é desdobramento do presente”
Uma existência não pode surgir de uma não-existência
Empédocles era poeta, médico, engenheiro, naturalista, reformador religioso e uma espécie de campeão da democracia: era filho de um político “fundador” da democracia em Agrigento, Sicília, e se envolveu nas lutas democráticas de sua cidade e, como prova da sua fé na democracia e respeito à igualdade cívica, recusou a coroa real que lhe ofereceram.Continuar lendo “Uma existência não pode surgir de uma não-existência”