Obsolescência do humano

Günther Anders (1902-1992) era filósofo, jornalista e ensaísta. Foi casado por oito anos com Hannah Arendt. Era primo de Walter Benjamin e seus pais foram os fundadores da psicologia do desenvolvimento infantil (Clara e William Stern). Foi aluno de Husserl e de Heidegger. Procurou entender a perplexidade diante da possibilidade de aniquilamento da humanidade pelaContinuar lendo “Obsolescência do humano”

Submissão consentida

Entre os animais não-humanos vê-se regras de dominância, mas não de dominação. A dominação, típica dos humanos, é o poder de controlar os outros, como “autoridade”, normalmente com justificativas morais. A dominância é uma capacidade inata ou adquirida por um membro de grupo de sobressair. Isso não lhe dá o “direito” à coerção da vontadeContinuar lendo “Submissão consentida”

À posteridade

Sobre o tempo retratado no poema abaixo, Hannah Arendt escreveu: “Tudo era suficientemente real na medida em que ocorreu publicamente; nada havia de secreto ou misterioso sobre isso. E no entanto não era em absoluto visível para todos, nem foi tão fácil percebê-lo; pois, no momento mesmo em que a catástrofe surpreendeu a tudo eContinuar lendo “À posteridade”

“Esta vida é só desintegração.” (Tennessee Williams)

Em seu discurso de 21 de março de 1861, “Discurso da pedra angular” (Cornerstone Speech), o vice-presidente confederado Alexander H. Stephens apresentou o que ele acreditava serem as razões para o que chamou de “revolução”, que resultaria na Guerra de Secessão.  Esse discurso é lembrado por muitos pela defesa da escravidão, seu delineamento das diferençasContinuar lendo ““Esta vida é só desintegração.” (Tennessee Williams)”

Palavras matam!

“Nós todos temos de lembrar que crimes de ódio são precedidos por discurso de ódio. Todos temos de lembrar que o genocídio dos Tutsis em Ruanda começou com discurso de ódio. O holocausto não começou com as câmaras de gás. Ele começou muito antes, com discurso de ódio. O que temos visto em Mianmar contraContinuar lendo “Palavras matam!”

Formação de subalternos

Somos dependentes de “educadores”; sem estes, estamos condenados à ignorância! Parece indiscutível que carecemos de educação, mas, necessariamente de “explicadores”? A educação depende sempre de um terceiro, um mestre, que nos abrirá os olhos para a realidade e aprendizagem? Sem isso não há progresso intelectual? Paulo Freire, entre nós, defendia a Educação como um atoContinuar lendo “Formação de subalternos”

Você é uma pessoa má? E os outros?

Somos intrinsecamente bons ou maus? Esta questão sempre me persegue. Eu me considero uma pessoa boa, que procura naturalmente não causar mal aos outros. Mas, sei que sou capaz de infligir sofrimentos, dadas certas circunstâncias. Imagino que a maioria das pessoas é assim, boa, e má quando necessário. Eu disse “maioria”. Há aqueles que acordamContinuar lendo “Você é uma pessoa má? E os outros?”

“Ciência sem consciência é apenas ruína da alma”. (Rabelais)

“É preciso dividir o tempo entre política e equações. Mas nossas equações são muito mais importantes para mim porque a política é para o presente, enquanto nossas equações são para a eternidade.” (Einstein) Descartes dizia que a técnica é o controle das forças da natureza. Mas, se a ciência e a técnica nos permitem controlarContinuar lendo ““Ciência sem consciência é apenas ruína da alma”. (Rabelais)”

“A verdadeira imagem do passado passa rapidamente” (Benjamin)

Walter Benjamin (1892-1940), como muitos à frente de seu tempo, só obteve fama após a morte. Um vida atormentada e sem reconhecimento, como Kafka. Só a posteridade os ergueria à fama. “Como tudo seria diferente se vencessem na vida aqueles que venceram na morte.” (Cícero) Para os que se antecipam, a “história se passa comoContinuar lendo ““A verdadeira imagem do passado passa rapidamente” (Benjamin)”

Além da “crise de gestão”, os governantes atuais praticam a “gestão por meio de crises”.

“Os homens normais não sabem que tudo é possível.” (David Rousset) Ah, se muitos lessem Hannah Arendt! As ideologias, que anulam personalidades e as substituem pelo coletivo, pelo mugido das multidões, talvez não encontrassem terreno fértil. Talvez, mas não é certo. Vejam o que ocorre neste momento de pandemia: evidências que pareciam inquestionáveis só fortaleceramContinuar lendo “Além da “crise de gestão”, os governantes atuais praticam a “gestão por meio de crises”.”