Ernesto Sabato viveu cem anos. Doutor em física, abandonou a ciência aos 30 anos para dedicar-se à literatura. Estava convencido de que “a razão não serve para a existência”. Nos últimos anos via o mundo moderno em tons sombrios, tempos de crises em que um certo racionalismo parece disposto a usurpar o espaço da espiritualidade:Continuar lendo ““A maior nobreza dos homens é a de erguer sua obra em meio à devastação” (Sabato)”
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Um ano rico
“Certa manhã, ao despertar de sonhos intranquilos, Gregor Samsa encontrou-se em sua cama metamorfoseado num inseto monstruoso”. No primeiro dia de 1913, Franz Kafka escreveu: “O tiro da meia-noite. Gritos na ruela e na ponte. Toques de sino e batidas de relógio”. Era mais uma carta endereçada a Felice Bauer, sua paixão. Ele, em Praga,Continuar lendo “Um ano rico”
“A verdadeira imagem do passado passa rapidamente” (Benjamin)
Walter Benjamin (1892-1940), como muitos à frente de seu tempo, só obteve fama após a morte. Um vida atormentada e sem reconhecimento, como Kafka. Só a posteridade os ergueria à fama. “Como tudo seria diferente se vencessem na vida aqueles que venceram na morte.” (Cícero) Para os que se antecipam, a “história se passa comoContinuar lendo ““A verdadeira imagem do passado passa rapidamente” (Benjamin)”
“liberdade humana fala sempre em comunicação e encontro”
O mineiro Hélio Pellegrino era psicanalista, escritor e poeta. Viveu 64 anos, até 1988. Marcou muitos por sua capacidade de aglutinação e por uma certa liderança entre colegas intelectuais. Encontrei uma entrevista dele, feita por Clarice Lispector – infelizmente não tenho a data -, e selecionei algumas falas. Para Clarice, Hélio tinha como traço marcanteContinuar lendo ““liberdade humana fala sempre em comunicação e encontro””