Alma de poeta

PIOR VELHICE (Florbela Espanca) Sou velha e triste. Nunca o alvorecer Dum riso são andou na minha boca! Gritando que me acudam, em voz rouca, Eu, náufraga da Vida, ando a morrer! A Vida, que ao nascer, enfeita e touca De alvas rosas a fronte da mulher, Na minha fronte mística de louca Martírios sóContinuar lendo “Alma de poeta”

Florbela Espanca, 1894-1930

Fanatismo Minh’alma, de sonhar-te, anda perdidaMeus olhos andam cegos de te ver!Não és sequer a razão do meu viver,Pois que tu és já toda a minha vida! Não vejo nada assim enlouquecida…Passo no mundo, meu Amor, a lerNo misterioso livro do teu serA mesma história tantas vezes lida! “Tudo no mundo é frágil, tudo passa…”QuandoContinuar lendo “Florbela Espanca, 1894-1930”