“Os abismos do mesmo abismo: ser”

Estou envelhecendo e a impressão que tenho da vida cabe num substantivo. Não vou dizê-lo aqui, só no meu epitáfio; ainda tenho compromissos com esta vida. Não quero estar certo, pois isto é perigoso. Resta uma voz que mistura esperança e dor, o que dá um certo cansaço. “Estes fragmentos, eu os recolhi entre minhaContinuar lendo ““Os abismos do mesmo abismo: ser””

Transfigurações

O ser humano evita o toque, o contato, com estranhos. Isso é natural. Essa é a razão principal para as distâncias que se estabeleceram entre nós. Essa aversão reflete nosso medo ao desconhecido, ao diferente. Nós, brasileiros (e outros latinos), temos uma característica: ao tomarmos a iniciativa de abordar alguém achamos que o outro jáContinuar lendo “Transfigurações”

O que é honra?

Provocado pelo amigo Fábio Adiron, divulgo aos estrangeiros a macabra capacidade de se criar histórias fantásticas no Recife. Nós, recifenses, nos divertimos com os superlativos que criamos para a cidade, dentre esses, o de “cidade mais assombrada do Brasil”. Hoje, sexta-feira 13, é um dia apropriado para falarmos sobre isso. “Quem sai à noite pelasContinuar lendo “O que é honra?”

Nossa visão parcial do todo

Schopenhauer já foi considerado o “mais racional dos filósofos do Irracional”, por Thomas Mann. Na sua época, a razão passava a conduzir os homens. O homem se descobria criador. A verdade se confundia com realização. O futuro passava a representar acumulações. Surgia a religião secular do Progresso e do Desenvolvimento, que hoje nos encurrala. ParaContinuar lendo “Nossa visão parcial do todo”

O tempo, por um poeta

Em 1922 começava a modernidade. Aqui, com a Semana de Arte Moderna. Na Europa, com o lançamento de Ulisses, de James Joyce e, com o poema Terra Devastada, de T. S. Eliot. Foi quando a linguagem se rebelou contra a tirania do tema e do personagem, e se tornou protagonista por mérito próprio, diz KevinContinuar lendo “O tempo, por um poeta”

O mito de um mundo melhor

A linguagem é mutante. Palavras podem perder seu significado original, etimológico, e ser postitzada, num deturpado processo de Scrum social. Assim ocorre com a palavra Mito. Virou até reverência política, ao vazio, ao nada, à negação, ao retrocesso, ao ódio, à deterioração. O social é o paroxismo da Complexidade, penso. Imaginem: bilhões de seres, cadaContinuar lendo “O mito de um mundo melhor”

A metafísica Kantica, por Fábio Adiron

Após comentar a filosofia de Pascal (ver link abaixo), Fábio mergulha no entendimento de Kant. Eis um “preâmbulo”: A metafísica Kantica (por Fábio Adiron) “Uma vez que Kant é um dos mais difíceis dos filósofos modernos, eu não posso esperar ter conseguido deixar seus pensamentos inteligíveis ao público em geral. Não me parece claro queContinuar lendo “A metafísica Kantica, por Fábio Adiron”