A tentativa de golpe de estado, perpetrada ontem, 8 de janeiro de 2023, por uma pequena parte – enlouquecida – da população, mostra a fragilidade do sistema democrático. Pessoas abduzidas por uma ideologia fascista tentaram, a partir da ocupação e depredação das sedes dos poderes da República, uma sublevação nacional contra um governo legitimamente eleito.Continuar lendo “Sedição”
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Maquiavelicamente II
A Justiça sofre uma crise de confiança no país. A impunidade parece ser a regra. Lentidão, possíveis favorecimentos, filigranas legais acessíveis a poderosos, mordomias aviltantes, exibicionismos, corporativismo, indultos escandalosos e outros vícios conduzem o Judiciário ao descrédito popular. Perder a confiança na Justiça gera um sentimento de anomia (ausência de lei ou de regra), minaContinuar lendo “Maquiavelicamente II”
Existe “um” povo brasileiro?
A pátria é apenas o solo natal ou requer que haja uma identidade cultural entre os nascidos num território? Existem traços característicos que nos tornam brasileiros? Outros povos reconhecem essas manifestações culturais que carregamos como típicas do brasileiro? Como agrupar pessoas com trajetórias próprias, únicas, num coletivo chamado “povo”? Talvez seja perda de tempo juntarContinuar lendo “Existe “um” povo brasileiro?”
O país indesejado pelas elites
“As elites veem as eleições como oportunidades de manipular as pessoas e não como meios de ouvi-las. Os Big Data tornaram os votos marginais como fontes de feedback, e os manifestantes preferem usar as eleições como ocasiões para demonstrações do que como instrumentos de mudança política.” (Zygmunt Bauman e Leônidas Donskins) A democracia, em qualquerContinuar lendo “O país indesejado pelas elites”
Democracia agônica
Subjacente à atual falta de resiliência está o fracasso fundamental do neoliberalismo e a estrutura política que ele sustenta, tem afirmado Joseph E. Stiglitz. A falta de resiliência a que se refere pode ser ilustrada como, por exemplo, a incapacidade de países ricos produzirem coisas essenciais durante a pandemia, porque o abastecimento delas estava aContinuar lendo “Democracia agônica”
“… haverá ordem e eles quase não terão de pensar”
Em 1948, Bertolt Brecht retornava a uma Alemanha em reconstrução, mas já dividida pela Guerra Fria. Havia passado quinze anos no exílio, boa parte deles com os nazistas em seus calcanhares. Com o fim da guerra, acabara a perseguição baseada em opções políticas? Não. Ainda em Los Angeles, antes da sua volta, fora interrogado porContinuar lendo ““… haverá ordem e eles quase não terão de pensar””
Independência ou moto!
O presidente, coitado, não pode governar. Para se governar é necessário o poder. Absoluto? Desta vez, a culpa é do STF. Não dá para defender cada um dos ministros, infelizmente; mas a instituição é inatacável: é um dos pilares do sistema democrático. Quem já trabalhou nalguma organização reconhece aquele que, malandramente, não entrega o esperadoContinuar lendo “Independência ou moto!”
A estupidez como guia
“As massas nunca tiveram sede da verdade. Elas se afastam de evidências que não são do seu gosto, preferindo deificar o erro, se o erro os seduzir. Quem quer que possa lhes fornecer ilusões é facilmente seu senhor; quem tenta destruir suas ilusões é sempre sua vítima.” (Gustave Le Bon, 1841-1931) Le Bon estudou asContinuar lendo “A estupidez como guia”
As baixezas humanas guiam os políticos
“O homem especula por baixo sobre seu semelhante. Aquele que se intitula político realista só tem por reais as baixezas humanas, única coisa que considera confiável: ele não trabalha com a persuasão, apenas com a força e a dissimulação.” (Robert Musil) Queremos acreditar que os políticos são servidores públicos, que são funcionários da nação. NãoContinuar lendo “As baixezas humanas guiam os políticos”
Incendiário
Savonarola quis incendiar Florença; morreu na fogueira. Cheio de ‘boas’ intenções, radicalizou o desapego às coisas materiais: queimou muitas obras de arte e tudo que considerasse produtos da vaidade humana, luxo desnecessário ou de natureza imoral ia para o fogo. Eram as “fogueiras da vaidade”. Com seu discurso “flamejante”, tinha então apoio popular. O povoContinuar lendo “Incendiário”