A vocação divina da palavra

“Quero que você escreva um livro sobre o poder das palavras, e os processos pelos quais os sentimentos humanos formam afinidades com elas.” (Samuel T. Coleridge, 1800) Acho admirável a capacidade de militância intelectual de Mia Couto. Recortei um trecho de seu livro “E se Obama fosse africano?”, de 2016. Línguas que não sabemos queContinuar lendo “A vocação divina da palavra”

Nasrudin, o Perturbador da Tranquilidade

Nasrudin (ou Naceradin) Coja (ou Hodja) viveu no século XIII. Era seljúcida (povo nômade turco) e sufista. Também teria sido imã e juiz islâmico. Há muitas histórias a seu respeito, nas quais ora aparece como sábio ou espirituoso, ora como um tolo. Ficou conhecido por ser um homem muito bem humorado. Os mestres sufis apresentavam-se,Continuar lendo “Nasrudin, o Perturbador da Tranquilidade”

Versões de mim (Luis Fernando Veríssimo)

“O desejo é a essência da realidade.” (Jacques Lacan) No projeto ético de Espinosa, aparece o conceito de conatus, que vai orientar sua teoria da afetividade. O conatus seria a essência mesma da pessoa, mas também o esforço por ela empreendido para perseverar e expandir sua potência de existir e, ao mesmo tempo, um princípioContinuar lendo “Versões de mim (Luis Fernando Veríssimo)”

Cidades sonhadas

“A cidade não é feita disso, mas das relações entre as medidas de seu espaço e os acontecimentos do passado. (…) Mas a cidade não conta o seu passado, ela o contém como as linhas da mão, escrito nos ângulos das ruas, nas grades das janelas, nos corrimãos das escadas, nas antenas dos para-raios, nosContinuar lendo “Cidades sonhadas”

O anel de Polícrates

Vejo as notícias sobre Elon Musk, inevitáveis. O sujeito tem muito dinheiro, dizem que mais que qualquer outro. Há muitos que o admiram como símbolo do sucesso, mérito, intrepidez, capitalismo, liberdade, visão de mundo e de futuro etc. Onde outros veem arrogância, dizem que é assertividade; não seria controverso, mas objetivo e lúcido acima dosContinuar lendo “O anel de Polícrates”

Como fazer o bem?

O regime de servidão foi regra na Rússia czarista de 1649 até 1861. Servidão é um eufemismo para escravidão dos próprios conterrâneos: os camponeses (“mujiques“) eram obrigados a permanecer nas terras onde nasciam, sem direito à sua propriedade, que era dos nobres. Esses camponeses eram, também, propriedades dos aristocratas, que poderiam dispor deles da formaContinuar lendo “Como fazer o bem?”

Só temos que nos aturar e respeitar

Este é o milésimo artigo que publico no site Balaio Caótico! Desde que criei o blog, por estímulo de amigos, em junho de 2020, publiquei uma média de 1,2 textos por dia! Não é normal, reconheço, mas foi uma ótima experiência que vivi, principalmente durante a fase crítica da pandemia. Os incautos que me leem,Continuar lendo “Só temos que nos aturar e respeitar”

A Morte de Matusalém

Isaac Bashevis Singer era um judeu-polonês, e viveu muito tempo nos Estados Unidos. “De todos os problemas de que eu sofria na juventude, a timidez era talvez o mais grave e o mais engraçado. Eu me sentia envergonhado e não sabia realmente de que. Era minha roupa? Era meu cabelo ruivo? Ou era o fatoContinuar lendo “A Morte de Matusalém”

“A certeza para as múltiplas situações e problemas da vida é realmente das coisas raras” (Malba Tahan)

Malba Tahan é o pseudônimo do escritor carioca Júlio César de Mello e Souza, também professor, matemático e engenheiro. Entre os seus 120 livros está o célebre “O homem que calculava”. O NATAL DO BOM CALIFA “A certeza, na vida – dizia um velho beduíno, meio filósofo, que conheci em Damasco -, é mais raraContinuar lendo ““A certeza para as múltiplas situações e problemas da vida é realmente das coisas raras” (Malba Tahan)”

“A Terra é minha pátria, a humanidade é minha família” (Gibran)

Gibran Khalil Gibran foi poeta, pintor e escritor. Em suas veias corria o sangue de uma multiplicidade de culturas como a fenícia, aramaica, assíria, persa, grega, árabe e outras. Libanês, emigrou para os EUA, quando tinha doze anos de idade, levado (com os irmãos) por uma mãe corajosa – uma costureira -, que buscava aContinuar lendo ““A Terra é minha pátria, a humanidade é minha família” (Gibran)”