A Justiça sofre uma crise de confiança no país. A impunidade parece ser a regra. Lentidão, possíveis favorecimentos, filigranas legais acessíveis a poderosos, mordomias aviltantes, exibicionismos, corporativismo, indultos escandalosos e outros vícios conduzem o Judiciário ao descrédito popular. Perder a confiança na Justiça gera um sentimento de anomia (ausência de lei ou de regra), minaContinuar lendo “Maquiavelicamente II”
Arquivos da categoria: Biografia
Maquiavelicamente
Maquiavel (1469-1527) deixou muitas observações sobre a prática política, que permanecem atuais. Não era “antiético”, tinha sua própria “ética”, polêmica, pois prioriza a conservação do poder e o bem geral da comunidade, ao invés da “salvação da alma”. Dessa forma, uma atitude requer perspectiva histórica para poder ser qualificada de boa ou má. Não defendiaContinuar lendo “Maquiavelicamente”
“A marca que deixaste”
Poemas de IZUMI SHIKIBU (tradução de Luísa Freire) Se o cavalo dele tivesse sido domado pela minha mão – eu tê-lo-ia ensinado a não seguir mais ninguém. Mesmo quando um rio de lágrimas atravessa e molha este corpo, não chega para apagar todo o fogo do amor. Porque não terei pensado nisto jáContinuar lendo ““A marca que deixaste””
O anel de Polícrates
Vejo as notícias sobre Elon Musk, inevitáveis. O sujeito tem muito dinheiro, dizem que mais que qualquer outro. Há muitos que o admiram como símbolo do sucesso, mérito, intrepidez, capitalismo, liberdade, visão de mundo e de futuro etc. Onde outros veem arrogância, dizem que é assertividade; não seria controverso, mas objetivo e lúcido acima dosContinuar lendo “O anel de Polícrates”
A vida é sinuosa
Benjamin Ferencz tem 102 anos. Foi combatente na Segunda Guerra e é o único promotor ainda vivo dos julgamentos de Nuremberg. Apesar de ter visto o pior do ser humano, nunca perdeu a esperança e o otimismo. Ao completar 100 anos escreveu “Palavras de Despedida” (Parting Words), com o intuito de falar sobre o melhorContinuar lendo “A vida é sinuosa”
Cinismo e política
O cinismo domina a política e alguns setores sociais e econômicos. Não me refiro à corrente filosófica do Cinismo, que influenciou os estoicos e pregava o total desprezo pelos bens materiais. Sua origem deu-se com Antístenes (445-365 a.C.), discípulo de Sócrates. O cínico mais conhecido é Diógenes de Sinope (404-323 a.C.). A conotação para oContinuar lendo “Cinismo e política”
Só temos que nos aturar e respeitar
Este é o milésimo artigo que publico no site Balaio Caótico! Desde que criei o blog, por estímulo de amigos, em junho de 2020, publiquei uma média de 1,2 textos por dia! Não é normal, reconheço, mas foi uma ótima experiência que vivi, principalmente durante a fase crítica da pandemia. Os incautos que me leem,Continuar lendo “Só temos que nos aturar e respeitar”
Bakunin, materialista e anarquista
O que seríamos sem os outros, mesmo para um egoísta? Tanto nossa liberdade individual como nossa personalidade só se realizam (potencialmente) se vivermos em sociedade, completando-nos com todos os indivíduos que nos cercam e graças ao trabalho conjunto, à força coletiva da sociedade. Sem os outros seríamos mais estúpidos e miseráveis que qualquer outro animalContinuar lendo “Bakunin, materialista e anarquista”
Colette Catta, uma homenagem
Muitos de nós tendem, às vezes, a perder a esperança na humanidade. A falta de empatia, solidariedade, compaixão, ou caridade cristã, diariamente divulgada sem rubor nas redes sociais e outros meios, principalmente por pessoas com supostas responsabilidades políticas, leva-nos a esquecer que esses não nos representam; são apenas desvios. Há exemplos de pessoas anônimas que,Continuar lendo “Colette Catta, uma homenagem”
Como o Brasil tornou-se reino
Dom João VI elevou o Brasil à condição de reino. Em 1815 deixamos de ser colônia. Isso foi chave para a nossa história. Mas, por que? Num livro de 1926, Paulo Setúbal, traz alguns elementos. Paulo era advogado, jornalista e escritor. Sim, o grande Olavo Egydio Setúbal era seu filho. Dom João estava gostando doContinuar lendo “Como o Brasil tornou-se reino”