“O que é este mundo? Alguma coisa bem louca e abominável” (Voltaire)

No diálogo Mênon, de Platão, há o questionamento se a virtude é coisa que se ensine, se pratica ou é dada aos homens por natureza. Sócrates responde que não sabe o que é verdadeiramente a virtude e que, portanto, não saberia responder do que ela é feita. Para ele haveria uma impossibilidade de se obterContinuar lendo ““O que é este mundo? Alguma coisa bem louca e abominável” (Voltaire)”

Dancem, Macacos, Dancem!

Em 2011, Ernest Cline publicou “Jogador Número Um“, que agradou (best-seller) e virou filme. O livro situa-se em 2045, quando o mundo estará insuportável. A dita humanidade passa, então, a maior parte do tempo conectada a uma realidade virtual. O mundo real parece uma distopia e a realidade virtual, uma utopia. Cline precisou ralar emContinuar lendo “Dancem, Macacos, Dancem!”

Parceiro no negócio

“O segredo do ser humano não é apenas viver, mas ter algo pelo que viver.” (Dostoiévski) Em Eclesiastes (3:22) observa-se “que não há felicidade para o homem a não ser alegrar-se com suas obras”. O trabalho dignifica, mas também pode escravizar. Aliás, Aristóteles já considerava “aqueles que nada tem de melhor para nos oferecer queContinuar lendo “Parceiro no negócio”

Shugendô

O estoicismo é um conjunto de entendimentos e reivindicações éticas e, também, um posicionamento que vê a aceitação como uma forma de se viver melhor. Para Marco Aurélio e outros estoicos, superar o medo, a dor e a raiva implica questionar nossas crenças tradicionais e aceitar as coisas que não podemos mudar e nos expormosContinuar lendo “Shugendô”

O aprendiz de feiticeiro

O pessimismo de Günther Anders, tratado num texto anterior, tinha um aspecto positivo: o de que o anúncio do destino apocalíptico da humanidade possa ser a motivação ética e política necessária para que se atrase a marcha do tempo a fim de que o tempo mesmo seconserve. Sua preocupação central era a transformação que oContinuar lendo “O aprendiz de feiticeiro”

Obsolescência do humano

Günther Anders (1902-1992) era filósofo, jornalista e ensaísta. Foi casado por oito anos com Hannah Arendt. Era primo de Walter Benjamin e seus pais foram os fundadores da psicologia do desenvolvimento infantil (Clara e William Stern). Foi aluno de Husserl e de Heidegger. Procurou entender a perplexidade diante da possibilidade de aniquilamento da humanidade pelaContinuar lendo “Obsolescência do humano”

Produção e extração de valor

“Um cínico é aquele que sabe o preço de tudo, mas não sabe o valor de nada.” (Oscar Wilde) De acordo com a Função de Produção da escola neoclássica, a divisão da renda entre lucros e salários é proporcional à contribuição dos fatores. Ou seja, é uma divisão justa e meritocrática. Está certo isso, ouContinuar lendo “Produção e extração de valor”

Liderança em nossos tempos

Muitos conhecem Simon Sinek, principalmente a partir de seu livro “Comece pelo Porquê”. Nele, ressalta que existem “apenas” duas maneiras de influenciar o comportamento humano: manipulando-o ou inspirando-o. Destaca, também, que tendemos a confiar naqueles nos quais percebemos valores ou crenças comuns. E, principalmente, enfatiza a necessidade de se ter um propósito em tudo oContinuar lendo “Liderança em nossos tempos”

“É-se por dentro; por fora está-se” (Vergílio Ferreira)

O português Vergílio Ferreira morreu em 1996, aos 80 anos. Foi romancista, ensaísta e contista. Sua obra trata do sentido da vida, o mistério da existência, o nascimento e a morte: os questionamentos da condição humana. Para ele, “a estrutura do que somos não muda com a idade. Apenas, como na música, somo-lo noutro tom.Continuar lendo ““É-se por dentro; por fora está-se” (Vergílio Ferreira)”

A vocação divina da palavra

“Quero que você escreva um livro sobre o poder das palavras, e os processos pelos quais os sentimentos humanos formam afinidades com elas.” (Samuel T. Coleridge, 1800) Acho admirável a capacidade de militância intelectual de Mia Couto. Recortei um trecho de seu livro “E se Obama fosse africano?”, de 2016. Línguas que não sabemos queContinuar lendo “A vocação divina da palavra”