“A vida é um negócio que não cobre seus custos” (Schopenhauer)

É. Não dá para dizer que Schopenhauer era otimista, embora se comprometesse em buscar soluções para o ser humano suportar a dor de viver. Reforçava a nossa triste realidade e, as esperanças nulas e falsas sobre o bem que desta pode advir. O mundo seria “mais fumo do que luz”. Inspirava-se nas suas leituras sobreContinuar lendo ““A vida é um negócio que não cobre seus custos” (Schopenhauer)”

Criatividade é integração

Chuang-Tzu, ou Zhuangzi, foi um taoista. Viveu entre 369 e 286 a.C. É comum pensar que a criatividade visa a novidade ou originalidade. Essa é uma crença atual. Zhuangzi pensava diferentemente. Para ele, criatividade não é concebida como objetivando a novidade ou originalidade, mas sim a “integração“. Em vez de visar algo novo, visa algoContinuar lendo “Criatividade é integração”

Nas montanhas de Jerusalém (poesia de Yehuda Amichai)

“Aqui, no lugar onde a ruína quer ser outra vez uma nova casa, sua vontade junta-se à nossa. Até os espinhos se cansaram de ferir e querem confortar, uma lápide, arrancada de um túmulo violado, colocado numa nova parede com o seu nome, suas datas. Ela está contente porque não a esquecerão. Os meninos, queContinuar lendo “Nas montanhas de Jerusalém (poesia de Yehuda Amichai)”

Miséria

Por volta do ano 1000, sobreviver era para poucos, e por pouco tempo; as pessoas morriam aos 30 anos, em média. Guerras, pestes, explorações e fome. A produtividade da terra era proporcional à tecnologia disponível. Os camponeses lavravam a terra com arados dotados de uma relha em madeira endurecida ao fogo, como ainda se vêContinuar lendo “Miséria”

O bispo e o celibato

Em julho de 1957, o padre Hosana Siqueira e Silva matou, com três tiros, o bispo de Garanhuns, dom Francisco Expedito Lopes. O padre havia sido excomungado naquele dia, acusado de quebra do voto de castidade. Os boatos da época davam conta que o pároco mantinha um romance com uma prima. A jovem morava comContinuar lendo “O bispo e o celibato”

“Libertados e educados”

Em janeiro de 1945, Czeslaw Milosz foi guiado por uma jovem que portava uma submetralhadora. Estava liberado do domínio da Alemanha. Passava ao domínio da Rússia. Ele seria, então, um dos milhões de europeus a ser “libertados e educados”. Mudar de tirano era dito como ‘libertação’. Doutrinação política era ‘educação’. As palavras vão à frente,Continuar lendo ““Libertados e educados””

Sobre a verdade

“Quando alguém está honestamente 55% do tempo certo, isso é muito bom e não faz sentido discordar. Se alguém está 60% certo, isso é maravilhoso, sinal de boa sorte e essa pessoa deve agradecer a Deus. Mas o que deve ser inferido sobre estar 75% certo? Os sábios diriam que é algo suspeito. Bem, queContinuar lendo “Sobre a verdade”

A voz da Rússia

Anna Akhmátova (1889-1966): sua obra é a mais importante manifestação literária de uma mulher russa no século XX, sobrevivente do stalinismo. Nasceu Anna Goriênko, mas adotou o nome da bisavó materna, de origem tártara, Akhmátova. Busco no livro maravilhoso do fantástico Lauro Machado Coelho – ainda o reconhecerão! – alguns poemas de Anna. “De manhã,Continuar lendo “A voz da Rússia”

Numa estação de Metro (poesia de Manuel António Pina)

A minha juventude passou e eu não estava lá. Pensava em outra coisa, olhava noutra direção. Os melhores anos da minha vida perdidos por distração! Rosalinda, a das róseas coxas, onde está? Belinda, Brunilda, Cremilda, quem serão? Provavelmente professoras de Alemão em colégios fora do tempo e do espa- ço! Hoje, antigamente, ele tê-las-ia amadoContinuar lendo “Numa estação de Metro (poesia de Manuel António Pina)”

“Ninguém pode obrigar ninguém a tomar vacina”

Como a cloroquina não pôde ser obrigatória, que vacinas também não sejam, lógico. A liberdade individual apregoada pelo governo não respeita a liberdade do outro. Como classificar isso? Populismo, hipocrisia ou somos, todos, otários? Phineas Taylor Barnum dizia, no século XIX: “Nasce um otário por minuto.” Referia-se ao otário teimoso, o que cai no mesmoContinuar lendo ““Ninguém pode obrigar ninguém a tomar vacina””