O ambiente muda exponencialmente, as organizações mudam logaritmicamente

Benoit Mandelbrot, que também se interessava pela instabilidade dos mercados, alertava que gestores e investidores deveriam adotar estratégias que levassem em consideração cenários extremos de volatilidade, evitando o risco de perdas significativas nesse cenário.

Acreditar que a longo prazo o mercado funciona com uma volatilidade baixa (branda) é um erro; acontece exatamente o contrário. Ele se referia aos mercados financeiros, nos quais os gestores têm pouca (ou nenhuma) ingerência sobre os ativos (exceto nos casos de manipulação).

No caso de empresas, a sensação por parte de seu corpo diretivo é de calmaria, na maioria das vezes. A preocupação tende a dirigir-se aos problemas internos de toda ordem (qualidade, vendas, processos, conflitos …) e pouca atenção é dada ao ambiente externo. No máximo observam-se os comportamentos concorrenciais e de satisfação dos clientes.

Tendências costumam ser ignoradas, tanto aquelas referentes ao consumo, quanto ao movimento das tecnologias, regulamentações, fluxo de suprimento (crises e quebras da cadeia de fornecimento), novos valores e aspirações sociais etc.

As ideias de continuidade, equilíbrio, controle, estabilidade e crescimento natural são refúgios mentais que podem desmobilizar um negócio.

Vivemos num ambiente sócio-econômico-tecnológico mutante, com uma natureza complexa e, que navega numa crescente instabilidade trazida por mudanças em ritmo exponencial. Ninguém escapa. A pasmaceira acabou. A inquietação cobra seu espaço. Este é o novo mundo das descontinuidades.

Não quero ser alarmista, apenas sugerir que a atenção não se limite ao umbigo da empresa e que se reveja seu quadro mental tradicional.

A mudança de mentalidade que julgo mais importante é potencializar a principal riqueza das empresas: seus empregados. O destino de um negócio não é atribuição exclusiva de seus dirigentes. Não cabe mais a figura olímpica de diretores e gerentes.

Não é sensato desperdiçar a diversidade, variedade de perspectivas e vontade de participação, que caracterizam o espírito de pertencimento dos empregados. Mesmo que essa percepção não seja evidente, ela existe.

Fornecedores, clientes e consumidores também têm contribuições a dar, se forem ouvidos. Incluo até os bancos, universidades, centros de pesquisa e outros que façam sentido. Por que manter as portas fechadas? Segurança? A melhor é o fortalecimento uma teia cooperativa.

Prepare a empresa para amar o “novo”, torne-a rápida nas respostas às provocações, participe do futuro dando sua contribuição; marque seu tempo.

“Fazer perguntas é, em si, o ritual correto” (Confúcio)

Que não tenhamos medo da liberdade – como diria Erich Fromm – aproveitemos a abundância estonteante de oportunidades!

Remova a letargia ou paralisia da sua empresa, mobilize-a, reconfigure-a, vitalize-a!

Este texto é uma continuação. Veja o artigo inicial:

Publicado por Dorgival Soares

Administrador de empresas, especializado em reestruturação e recuperação de negócios. Minha formação é centrada em finanças, mas atuo com foco nas pessoas.

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