“… calcule as bênçãos que você possui, e então, lembre-se de como você ansiaria por elas se não fossem suas.” (Marco Aurélio)

Marco Aurélio (121-180 d.C.) foi um pensador estoico (enquanto imperador). Tinha consciência da precariedade e da fragilidade do homem e de suas obras e, do caráter efêmero de todas as coisas materiais. Talvez a peste que devastava parte da população durante seu império (mais de cinco milhões de pessoas) o tenha impressionado.

Sabia, como Epicteto, que as coisas em si não perturbam as pessoas, mas sim seus julgamentos sobre elas.

O pensar, o refletir, são exigências do viver; temos essa capacidade e não faz sentido não usá-la, assim como, tendo pernas, não caminhar.

A felicidade de sua vida depende da qualidade de seus pensamentos.“/ “Pense em você como alguém que morreu. Você viveu sua vida. Agora, agarre os dias que sobraram e viva-os de maneira adequada. Aquele que não transmite luz cria sua própria escuridão.”/ “Muitas vezes me perguntei como é que todo homem se ama mais do que todos os outros homens, mas dá menos valor à sua própria opinião do que à dos outros.”/ “O objetivo da vida não é estar do lado da maioria, mas escapar de se encontrar nas fileiras dos loucos.”

O tempo era uma presença no seu pensar. Percebia seu caráter ilusório e tinha consciência de sua exiguidade e das distrações que o dissipam.

“O que fazemos agora ecoa pela eternidade”/ “Não é a morte que um homem deve temer, mas ele deve temer nunca começar a viver.”/ “Não perca mais tempo discutindo sobre o que um bom homem deveria ser. Seja.

Um monge xintoísta, Yoshida Kenkô (1283-1351) ressaltava que a beleza profunda se associa ao tempo, pois se tudo fosse como sempre ad eternum, não haveria espaço para a sua manifestação: a transitoriedade torna a flor bela porque sabemos da inexorável queda de suas pétalas; o inacabado tem mais virtudes do que o acabado, o irregular mais que o geométrico, o instável do que o equilibrado.

No budismo há a recomendação de que se apaguem as chamas da ganância, do ódio e da ilusão que afligem e infligem danos no caráter de uma dada pessoa.

Para Schopenhauer (imagem) isso equivaleria à negação da vontade, o que pode nos levar a um porto sem ondas turbulentas.

“Reduzir ao máximo as expectativas em relação aos nossos meios, sejam eles quais forem, é, pois, o caminho mais seguro para escaparmos de uma grande infelicidade”, escreveu em 1851.

Ou, como disse Marco Aurélio: “Não se entregue aos sonhos de ter o que você não tem, mas calcule a principal das bênçãos que você possui, e então, felizmente, lembre-se de como você ansiaria por elas se não fossem suas.”

Publicado por Dorgival Soares

Administrador de empresas, especializado em reestruturação e recuperação de negócios. Minha formação é centrada em finanças, mas atuo com foco nas pessoas.

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