
A inteligência artificial afetará de forma relevante a forma como hoje vemos as profissões. Muitas perderão valor e podem sumir, outras requererão novos perfis e, também, novas tantas surgirão.
É apavorante ou deslumbrante? Só mutante.
Thomas Friedman escreveu recentemente: “a última vez que inventamos uma tecnologia tão poderosa como a IA foi a energia nuclear”. Ele gosta de exagerar e generalizar e ficou abestalhado ao ver uma demonstração do GPT-4, feita por Craig Mundle.
Craig, naturalmente, disse-lhe que o GPT (e outros) “vai mudar a maneira que fazemos tudo. Considero isso a maior invenção da humanidade até aqui. É qualitativamente diferente – e será transformador”. Superou o Friedman.
Continuou: “… o ChatGPT nos levará na direção de uma forma de AI genérica, entregando eficiência em operações, ideias, descobertas e percepções que jamais foram alcançáveis antes através de todos os domínios”!
O GPT-4, todos sabem, é um chatbot desenvolvido pela OpenAI, que é assunto até nos bares. É, de fato, impressionante e importante, mas não “resolve” tudo; isso só com a morte.
André Cia conduziu um experimento utilizando o Chat GPT-4 com o objetivo de coletar informações sobre os impactos no mercado de trabalho. Ele pediu que a ferramenta listasse as profissões que poderiam ser substituídas e quais características poderiam ser executadas pela IA.
A lista contempla 80 profissões que podem desaparecer em até cinco anos. O texto original está aqui: (https://canaltech.com.br/mercado/80-profissoes-que-podem-desaparecer-em-ate-5-anos-com-a-ia-243972/)
A tecnologia não é nossa inimiga; ela é uma ferramenta que pode (pode!) desbloquear nosso potencial criativo e nos ajudar na resolução de problemas.
Vamos lembrar que o principal desafio que enfrentaremos não será a mudança nas jobs descriptions; será o reposicionamento de nossa atitude mental. Precisaremos desenvolver (aí o bicho pega) o pensamento crítico e termos autonomia no pensar.
Nosso amigo Paulo Freire, no seu livro “Pedagogia da Autonomia“, anunciava que “Ninguém é sujeito da autonomia de ninguém. Por outro lado, ninguém amadurece de repente, aos vinte e cinco anos. A gente vai amadurecendo todo dia, ou não. A autonomia, enquanto amadurecimento do ser para si, é processo, é vir a ser.”
O problema volta ao processo educacional, que precisaria considerar (segundo Freire) que aprendizagem não é “transferência de conhecimento”; ela é uma forma de intervenção no mundo.
Aprender exige pesquisa, respeito aos saberes dos educandos, criticidade, reflexão, reconhecimento e assunção da nossa identidade cultural, ética e estética, consciência do inacabamento, recusar ser condicionado, respeito à autonomia do educando, bom senso, saber situar-se como parte de sistemas complexos, apreensão da realidade, curiosidade, alegria, esperança, convicção de que mudanças são possíveis, respeitar a especificidade humana, generosidade, comprometimento, exercício de liberdade, tomada consciente de decisões, saber escutar, disponibilidade para o diálogo etc.
Sobre o GPT, Mira Murati, diretora de tecnologia da OpenAI, numa entrevista há poucos dias, foi humilde e reconheceu riscos e oportunidades na sua aplicação. Selecionei um trecho:
“O ChatGPT é essencialmente um grande modelo de conversação – uma grande rede neural que foi treinada para prever a próxima palavra – e os desafios com ele são semelhantes aos que vemos com os grandes modelos básicos de linguagem: pode inventar fatos.
Escolhemos o diálogo especificamente porque o diálogo é uma maneira de interagir com um modelo e fornecer feedback a ele. Se acharmos que a resposta do modelo está incorreta, podemos dizer: “Tem certeza? Eu acho que, na verdade … ”E então o modelo tem a oportunidade de ir e voltar com você, semelhante a como conversaríamos com outro humano. (…)
Mas acho que podemos ver que ele tem o potencial de realmente revolucionar a forma como aprendemos. As pessoas estão em salas de aula de, digamos, 30 pessoas. Todos têm formações, formas de aprender diferentes e todos recebem basicamente o mesmo currículo. Com ferramentas como o ChatGPT, você pode conversar sem parar com um modelo para entender um conceito de uma forma que atenda ao seu nível de compreensão. Tem imenso potencial para nos ajudar com educação personalizada.”
Perguntada se não achava temeroso o governo regulamentar a AI, e com isso retardar a inovação, respondeu: “Não é muito cedo. É muito importante que todos comecem a se envolver, dado o impacto que essas tecnologias vão ter.”
(A ilustração acima é de autoria de Josh Gosfield)
“A inteligência artificial afetará de forma relevante a forma como hoje vemos as profissões. Muitas perderão valor e podem sumir, outras requererão novos perfis e, também, novas tantas surgirão.” Acho um pouco exagerado afirmarmos que 80 profissões desaparecerão com a inteligência artificial. Raciocinando logicamente, inteligência artificial é fato. Porém, essa mesma inteligência artificial foi desenvolvida por uma inteligência 🧠 humana e responsável por sua manutenção. Gostaria de citar a máxima de toda humanidade : ” A criatura não sobrevive sem o seu criador “. Essas teorias futuristas exageradas caem por terra. Cada “Robo”, por mais desenvolvido artificialmente necessita de uma inteligência 🧠 humana para sua programação , fato é que ainda não conheci um que se sustentasse sem a inteligência 🧠 humana. Talvez ainda seja um pouco retrógrada na minha maneira de analisar essa inteligência artificial. Não sejamos néscios, já estamos vivendo esse momento, precisamos passar por uma reciclagem intelectual para adptarmos a nova inteligência artificial. Termino com Mira Murati “Perguntada se não achava temeroso o governo regulamentar a AI, e com isso retardar a inovação, respondeu: “Não é muito cedo. É muito importante que todos comecem a se envolver, dado o impacto que essas tecnologias vão ter.”. Temos que urgentemente reciclarmos para adaptarmos a essa tecnologia artificial. Ou então seremos fadados a não sair de casa, pois a tecnologia artificial apesar de ser operada pelo homem já é visível até mesmo em nossos smartphones avançados que nos dereciona a todos aplicativos sem necessidade de sairmos de casa.
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