
Estou revendo a série Billions. Mostra a mesquinha avidez humana, com a ganância e o poder travestidos de glamour e razão de ser. Por que esses argumentos não me seduzem? Talvez não tenha tais aptidões. Mas, que felicidade não tê-las!
“Sinto uma pontada quando sou derrotado; nada quando venço”, diz um personagem num dos primeiros capítulos. Podem rir, mas acho isso uma tolice, exceto se considerar “vencer” como a realização de um trabalho com efeitos benéficos ao entorno.
Robert Hare, num livro citado por Alexandre Di Miceli, fala de um estudo no qual observou-se que “3,5% dos executivos exibiam características psicopáticas, comparado a menos de 1% da população em geral“.
Oswald Spengler, no seu livro famoso (e controverso nalguns aspectos) fala de um conjunto extenso de princípios que revelaria o papel fundamental de padrões ocultos em diferentes culturas. No Ocidente, os padrões que movem a sociedade são explícitos: competição, individualismo, sucesso, fama …
A humanidade tem consciência de seu papel distinto – exclusivo – no reino animal, mas também sabe que seu futuro se encerrará a cerca de sete palmos das entranhas da terra, quando apodrecemos e desaparecemos para todo o sempre.
Segundo o antropólogo Ernest Becker, essa consciência nos compele a negar à morte a capacidade de nos apagar. Então, ou nossa vida continua noutra esfera (religião) ou nossa glória nos eternizará por aqui. É necessária “uma guarida contra os terrores da natureza finita”, dizia Emerson. Ele sugeria a busca da beleza.
Quem estudou o Dilema dos Prisioneiros (Teoria dos Jogos) sabe que em várias situações da vida cotidiana ou corporativa, embora a colaboração entre os prisioneiros (jogadores, pessoas) proporcione resultados melhores, individualmente a melhor escolha é trair, prejudicando a todos.
Sempre preguei a colaboração, empatia e solidariedade como vetores de transformação, com ganhos econômicos e afetivos para os envolvidos. Porém, há quem afirme que sem competição e egoísmo não estaríamos no estágio em que estamos. Na minha ingenuidade, entendo que estamos no limiar da dissolução social e nos aproximando dos limites do planeta.
Para Bertrand Russell, “O segredo da felicidade é este: Deixe seus interesses serem tão amplos quanto possível, e deixe que suas reações às coisas e pessoas que lhe interessam sejam o mais amigável possível, em vez de hostil. O mundo é vasto e nossos próprios poderes são limitados. Se toda a nossa felicidade está inteiramente ligada às nossas circunstâncias pessoais, é difícil não exigir da vida mais do que ela tem que dar. E exigir demais é a maneira mais segura de obter ainda menos do que é possível. “
“Ganância e poder” Apenas o título já nos remete ao conteúdo que apesar de bem escrito e embasado com vários autores nos deixa uma visão clara do mundo moderno que estamos vivendo. E esses autores não são nossos contemporâneos, desde muito tempo já se via a futilidade dessa “ganância de Poder “cuja finalidade é atrair para si egos inflamados e disputas por riquezas, fama e o próprio poder. Já outrora fiz uma análise superficial sobre os maiores desejos do homem de modo geral.
1) a riqueza,
2) a fama
3) não satisfeitos com esses dois itens acima, vem o desejo do Poder. Sendo esse último o pior de todos quando não usado com sabedoria.
O texto escrito acima não merece nenhum retoque. Apenas para abrilhantar citarei aqui um “sábio” que talvez depois de muitos embates na vida escreveu “…
Tudo é vaidade. É como correr atrás do vento. ” Rei Salomão. E é verdade. Tudo é vaidade e para onde nós vamos nada levaremos. Alguém também já escreveu: “Nú viemos e esse mundo e Nú voltaremos”Somos pó. E para o pó retornaremos. Sem muita delongas assisti a entrevista da filha de um certo banqueiro nosso contemporâneo no qual ela dizia: “….todo nosso dinheiro não pudemos comprar o ar que meu pai precisava pra respirar” (morreu de covid).
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