
Em 64 a.C., Catilina estava próximo da falência. De família nobre, porém desregrado, já havia sido acusado de vários crimes (assassinato da primeira esposa, do próprio filho e até relações sexuais com uma sacerdotisa virgem).
Para mudar sua situação resolveu candidatar-se ao Senado romano. O investimento era alto mas, eleito, poderia recuperá-lo rapidamente – legalmente ou não. Mas perdeu.
Ele, então, planejou um golpe, que seria um terrível banho de sangue.
Cícero, senador, soube do atentado e comunicou ao Senado no que ficou conhecido como Catilinárias, uma série de quatro discursos.
“Até quando, Catilina, abusarás de nossa paciência? (…) Não vês que tua conspiração foi dominada pelos que a conhecem?” (Cícero)
Catilina comparecera para enfrentar pessoalmente a denúncia e zombava da modesta origem de Cícero. Ao perceber que estava perdido, abandonou a cidade e foi se juntar aos que o apoiavam, reunidos num exército fora de Roma.
Enquanto isso, Cícero investigava que outros participariam da conspiração. Seguiram-se prisões e desculpas não convincentes.
Quando a casa de um dos conspiradores foi encontrada abarrotada de armas, o homem alegou inocência dizendo que colecionava armas por hobby.
Cícero, confiando no decreto de poderes emergenciais e no apoio de muitos senadores, mandou executar os envolvidos sumariamente, sem nem sequer um julgamento de fachada. Alguns anos depois seria exilado por isso.
Na época não se tinha a prática da prisão; as penas eram multas, exílio ou morte. Prisão só enquanto se aguardava a execução.
Em seguida, as legiões romanas derrotaram as forças do exército de descontentes de Catilina. Ele, pelo menos, caiu lutando bravamente à frente de seus homens.
(Acima, na pintura de Cesare Maccari, temos Cícero discursando no Senado; Catilina seria o que está isolado.)