
Novo livro de Cristina Zauhy e Humberto Mariotti: “A Complexidade da Vida – E suas ameaças pelo fascismo e outros autoritarismos”. Atualíssimo!
É importante para os que não têm a mente embotada e compreendem que viver é um exercício de amadurecimento.
O poder não é uma corda, bidirecional, que se pode puxar numa das pontas e arrastar os que resistem, num cabo de guerra. Ele é complexo, não pode ser visto como “a neutralização da vontade” do outro.
O poder como coerção reduz, ou elimina, a capacidade de mediação e, portanto, a alternância de perspectivas, impedindo a emergência de novos rumos sociais.
O poder edificante não é o que atua “contra” o projeto de ação do outro, mas “a partir dele”, nas palavras de Byung-Chul Han.
“Na condição de seres humanos, nossos caminhos começam em nós mesmos”. (Zauhy e Mariotti)
A antropologia filosófica complexa, que tem entre nós os autores do livro acima como incansáveis propagadores, é definida como “o estudo do homem como um ser coerente e incoerente, previsível e imprevisível, solidário e inimigo, individual e coletivo, bom e mau, inteligente e estúpido, criativo e destrutivo.”
Daí, não deveríamos nos surpreender com as várias facetas humanas, ora sublimes, ora desprezíveis. Entretanto, alguns assumem preponderantemente uma postura (antigamente chamava-se “caráter”), digna ou infame. O ser humano pode ser brilhante ou nefasto, às vezes numa mesma pessoa.
Somos, talvez, o maior exemplo de complexidade, não só por nossos laços sociais e virtuais, mas por sermos “aspirações”, por vivermos vinculados a um passado (próprio e cultural) e passarmos pelo presente como um trampolim para um futuro, inextricável e fonte de decepções.
Raras são as pessoas que se aceitam; muitos sentem um vazio, uma desesperança, um langor, uma ansiedade que tende à depressão … estados de ânimo que os debilitam e os tornam cúmplices de soluções autoritárias – às vezes de cunho religioso – que lhes tragam um horizonte, mesmo que este esteja no passado.
A realidade torna-se árida; passam a preferir o falso, a mentira, a ilusão.
Esse clima explica, em parte, o ressurgimento escancarado do fascismo.
“Por que mente o homem?
mente mente mente
desesperadamente?” (Carlos Drummond de Andrade)
Leiam este livro. Vale o esforço.
Começando com o texto do autor “o estudo do homem como um ser coerente e incoerente, previsível e imprevisível, solidário e inimigo, individual e coletivo, bom e mau, inteligente e estúpido, criativo e destrutivo.” na realidade ninguém tem o poder de entrar no âmago do Ser Humano e dizer o que ele é capaz. Podemos dizer que desde os primórdios o homem foi capaz de atos até então a nosso ver atos raros de brutalidade. Todos os adjetivos acima citados deixaram de ser raros e passaram e ser mais comum que imaginamos. Infelizmente o maior destruidor do homem é o próprio homem associada à essa imprevisibilidade do mesmo.
CurtirCurtir