
Este é o milésimo artigo que publico no site Balaio Caótico! Desde que criei o blog, por estímulo de amigos, em junho de 2020, publiquei uma média de 1,2 textos por dia!
Não é normal, reconheço, mas foi uma ótima experiência que vivi, principalmente durante a fase crítica da pandemia.
Os incautos que me leem, sabem que não encontrarão coerência editorial por aqui; salvo se entenderem que sigo o previsto no título do blog: uma cesta com padrão errático.
Acredito que já saiba o que a maioria gosta, mas esse gosto não é o que me pauta. Escrevo sobre a diversidade cultural da vida, abordando desde assuntos científicos quanto poesia.
O que espero ao escrever coisas que poucos leem? Nada! Não busco audiência nem ganhar dinheiro com esse devaneio.
Entretanto, há uma sutil intenção subjacente na maioria dos textos: o despertar dessa nação grandiosa.
Não tenho idade sobrando para ver nosso país florescer como modelo de civilização, como previa Darcy Ribeiro, porém nunca perderei a confiança nesse povo fantástico que nos forma.
“Termino esta minha vida já exausto de viver, mas querendo mais vida, mais amor, mais saber, mais travessuras. (…)
Todos nós, brasileiros, somos carne da carne daqueles pretos e índios supliciados.
Todos nós brasileiros somos, por igual, a mão possessa que os supliciou. A doçura mais terna e a crueldade mais atroz aqui se conjugaram para fazer de nós a gente sentida e sofrida que somos e a gente insensível e brutal, que também somos.
Descendentes de escravos e de senhores de escravos seremos sempre servos da malignidade destilada e instalada em nós, tanto pelo sentimento da dor intencionalmente produzida para doer mais, quanto pelo exercício da brutalidade sobre homens, sobre mulheres, sobre crianças convertidas em pasto de nossa fúria.
A mais terrível de nossas heranças é esta de levar sempre conosco a cicatriz de torturador impressa na alma e pronta a explodir na brutalidade racista e classista.”
(Darcy Ribeiro)
Faço um apelo para que terminemos essa fase da nossa história que nos enlameia com ódio e divisões e que nos obnubila as potencialidades que a união nacional pode nos propiciar.
Nossa riqueza não é, apenas, material, mineral. Somos uma nação rica em diversidade, de raças, culturas, e também em espécies vegetais e animais.
Só temos que nos aturar e respeitar e, darmos as mãos.
“Se eu desejasse alguma coisa,
não deveria desejar riqueza e poder,
mas o sentido apaixonado do Potencial,
para o olho que,
sempre jovem e ardente,
vê o possível.
Prazer decepciona,
Possibilidade nunca.” (Soren Kierkegaard)
Um “milésimo” que nos faz desejar os segundo, terceiro, quarto…
Que não nos falte futuros para desfrutá-los.
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