
Algumas reflexões de Marco Aurélio, imperador romano entre 161 e 180 d.C.
Quase dois milênios depois, permanecem válidas.
“Dizer para si mesmo, ao amanhecer: Sei que vou encontrar um indiscreto, um ingrato, um grosseiro, um velhaco, um invejoso, um intolerante.
Mas esses homens são assim devido à sua ignorância do bem e do mal.
Porém eu, compreendendo a natureza do bem, que é o belo, e do mal, que é o feio, e da natureza dos próprios culpados, meus parentes, não pelo sangue ou pelo nascimento, mas pela inteligência e pela origem divina, não temo que me causem dano algum. (…)
É contra a natureza a hostilidade recíproca.”
“Sobre a alma, reflete bem no seguinte: estás velho; não a consintas mais escrava, nem arrastada, como um fantoche, por tendências antissociais.
Não permita tua alma maldizer do destino no presente nem temê-lo para o futuro.”
“Pensa o quanto tens delongado, quantos prazos obtiveste dos deuses, e desperdiçaste.
Afinal, é necessário que um dia saibas a que mundo pertences, de que setor do universo emana a tua existência.
Um período de tempo limitado te foi concedido e, se não o aproveitares para acalmar a ti mesmo, o tempo fruirá, tu sumirás, nada acontecerá.”
“Sacodem-te de um lado para outro os acidentes exteriores. Garanta um pouco de lazer para meditar sobre alguma boa verdade, e foge do rebuliço.
De outra agitação deves preservar-te: a dos insensatos que, durante toda a vida, se esgotam em infrutíferos movimentos, incapazes de dirigir suas tendências e seus pensamentos.”
“Humilha-te, humilha-te, minh’alma! Para exaltar-te, tempo já não te sobra.
A vida é curta para todos. A tua está quase ao fim, e tu não te respeitaste, já que nas almas dos outros puseste a tua felicidade.”
Para situar-se sobre a época de Marco Aurélio, veja o artigo abaixo: