
Eugen Gomringer nasceu na Bolívia, mas possui nacionalidade suíça. Estudou economia e história da arte.
Em 1953, publicou seu primeiro livro de poemas, considerado o marco inicial da “poesia concreta”. Esse rótulo (poesia concreta) surgiria em seguida, mas no mesmo ano, quando do lançamento do Manifesto de Poesia Concreta, do sueco-brasileiro Öyvind Fahlström.
No Brasil, a poesia concreta floresceria a partir de 1956 com o grupo “Noigandres” – criado em 1952 -, composto pelos irmãos Augusto e Haroldo de Campos e Décio Pignatari, em São Paulo. No Rio, também, surgiram os concretistas Ferreira Gullar, Ronaldo Azeredo e Wlademir Dias-Pino.
A poesia concreta pode ser insipida e desinteressante para alguns. Ela se caracteriza pelo uso de poucas palavras, em sua maioria substantivos ou verbos no infinitivo, organizadas fora da sintaxe linear da frase e alheias à formação versificada. Além disso, normalmente incorpora a programática da visualidade ao poema.
Eis alguns poemas de Gomringer do seu primeiro livro (Constelações):
“procura e
aprende
vê e
apreende
ensina e
conduz
descansa e
gira
não fica
fixo”
“voa
contra torrente
voa
dispersa-se
voa
envolto
voa
dilui-se
voa
dissolve-se
voa”
“unir-se e
limitar-se
fundar o meio e
crescer
partilhar o meio e
crescer nas partes
estar nas partes e
tornar-se transparente
unir-se e
limitar-se”
“seguir a linha
ficar no espaço
abandonar a linha
ficar no espaço
abandonado no espaço
seguir a linha
abandonado pelo espaço
seguir a linha
abandonar a linha
encontrar o ponto”

