
Perseu é aquele que degolou a Medusa. Ok? Vamos situar essa aventura.
O pai de Perseu (Acrísio, rei de Argos), assim como o pai de Édipo (Laio, rei de Tebas), foi avisado que seria assassinado por um descendente, no caso, um neto.
Resolveu, então, manter como prisioneira sua linda filha, Dânae. Linda! Zeus notou isso.
Os deuses interessam-se pelas mortais, embora as deusas também sejam belas; talvez pelo que as deusas não possuem: a fragilidade da beleza nas mortais, que precisa ser colhida quando ainda está no auge de sua juventude e encanto.
Zeus, cheio de imaginação, se introduziu ao lado de Dânae sob a forma de uma chuva de ouro. Gerou o Perseu, um semideus, então.
Quando Acrísio descobre, joga-os numa caixa no mar. Um pescador encontra a caixa e cria Perseu como se fosse um filho. O irmão desse pescador, Polidectes, era o rei local.
Polidectes também se apaixona por Dânae, inacessível porque Perseu vigia a mãe. Teve uma ideia: afastar Perseu. Promove um banquete e uma disputa. Nesta, Perseu procura impressionar e promete que trará a cabeça de uma das Górgonas.
As Górgonas são monstros pavorosos, três irmãs, assassinas. Duas são imortais e a terceira, Medusa, é mortal. O alvo, então. Onde encontrá-las? Teria que encontrar, antes, as Graias, que são irmãs das Górgonas. Também perigosas, monstruosas.
As Graias são jovens, porém já nasceram velhas. Formam um trio tão unido e solidário que dispõem, para as três, de um só olho e de um só dente, que passam entre si, em rodízio. Como se fossem uma só criatura.
Perseu deverá ter o olho mais vivo do que essas três moças-velha que só têm um, mas de uma vigilância quase infalível. Ele precisará descobrir o momento em que o olho está sendo transferido para poder roubá-lo.
Deu tudo certo. E sua exigência, o próximo passo, é saber delas onde achar as jovens Ninfas (Nýmphai), que são acolhedoras e disponíveis; e que sabem como chegar às Górgonas.
A palavra nýmphe significa o instante em que a moça passa a ser núbil; tendo saído da infância, ela está pronta para o casamento, sem ser ainda uma mulher feita.
As ninfas lhe dão presentes mágicos: sandálias aladas (como as de Hermes), que permite voar tão veloz quanto o pensamento e, um capacete, que o torna invisível.
Perseu conta, também, com fortes aliados: Atena e Hermes. Este lhe dá uma foice curva, para cortar o pescoço da Medusa (a mesma foice que Cronos mutilou Urano), e Atena lhe orienta a não olhar para os olhos da Medusa (o que petrifica qualquer um). Perseu deveria chegar por trás da Medusa e, através de seu escudo espelhado, visualizar e atingi-la, decepando-a.
Pronto. Cortou o pescoço da Medusa. O thriller não acaba: com o grito medonho da Medusa, as outras duas Górgonas acordam e perseguem Perseu.
Então ele se vale das sandálias e o do capacete que as ninfas lhe deram.
Três requisitos permitiram a façanha de Perseu – e permanecem válidos para aventuras empresariais: velocidade, invisibilidade e apoio.