
COP 26. Os que conduzem o mundo da forma como vemos, movido a combustíveis fósseis, não estão calados.
Agora, se põem como vítimas de um grande complô ambientalista que desejaria frear o “progresso”.
Donald Forbes, um jornalista anglo-escocês aposentado, lamenta que “estamos no meio de uma luta titânica e sem precedentes: todos os governos do mundo contra todos os povos do mundo sobre os quais os primeiros têm um poder mais ou menos inatacável. É o Golias verde contra Davi, que não tem funda para se defender.” Só fundos, diria.
Alega que os climatologistas usam modelos de computador que fornecem convenientemente qualquer versão do futuro que eles estão configurados para prever.
Essa história de “aquecimento global” antropogênico seria uma falácia, criada pela igreja ambiental.
Reduzir o uso de plástico, por que? Ora, o plástico, justifica, “é mais eficiente e econômico do que qualquer outra forma de empacotar os trilhões de coisas que trocamos todos os dias. Infelizmente, uma quantidade mínima chega ao mar, onde alguns golfinhos e tartarugas comem …”
O argumento caminha para o mantra já desgastado de que “a mudança é uma característica permanente do clima. Existe um ciclo de eras glaciais e também eras temperadas, tal como vivemos, e que continuará quer haja pessoas na Terra ou não.”
Gregory Wrightstone, geólogo, diz que há uma nova caça às bruxas, como a ocorrida na Europa entre os séculos XV e XVII, quando houve epidemias e quebras de safras em decorrência do declínio das temperaturas, na chamada Pequena Idade do Gelo.
“Quão assustadoramente semelhante é aquela noção ao atual refrão frequentemente repetido de que as ações do homem estão controlando o clima e levando a consequências catastróficas”, espanta-se.
Ou seja, para ele e outros céticos, o atual aquecimento do planeta seria uma “ressaca” daquela Pequena Era Glacial. O ser humano não teria nada a ver com isso.
É um jogo para não ser mexido, acham.
O “progresso” é inexorável, desde que não se alterem as regras sobre economia, energia, pobreza, agricultura e florestas.
Eles sabem que essa moldura é insustentável, mas se preocupam apenas com suas míseras vidas.
“Em tempos de urgência, estacionar na zona de conforto da sociedade de hiperconsumo pode ser fatal para as pessoas e instituições. É necessário um ‘autodespertar’ para a ação e que ampliemos nossa consciência de que somos parte de um todo que não subsistirá sem nosso engajamento como indivíduos”, rebate Rachel Biderman.
“Os homens são naturezas conservadoras que renunciam a contragosto até ao mal.” (Odo Marquard)
Francis Bacon afirmava que o intelecto humano, por sua própria natureza, tende ao abstrato, e aquilo que flui, permanente lhe parece.
“Destruir, matar, explorar não valem mais. São coisas que significam, no fim das contas, destruir-nos.” (Michel Serres)