
Maimônides é considerado um dos mais importantes pensadores medievais, não só para os judeus; também influenciou a Escolástica cristã.
Filósofo, estudioso do Talmude, era médico de formação. Chegou a ser líder (nagid) da comunidade judaica do Cairo.
Foi muito criticado pelos rabinos, por não ter se manifestado favoravelmente ao dogma judaico da ressurreição dos mortos, precisamente a dos corpos, tendo se contentado em abordar a ressurreição das almas.
Convenhamos, ressurreição dos corpos é demais!
No seu “Guia dos Perplexos”, tenta explicar “certos termos que aparecem nos livros proféticos”:
“Explicar certas figuras obscuras que estão nos livros proféticos, mas, que não são propriamente caracterizadas como tais.
Ignorantes e leitores superficiais as tomaram no sentido literal e não no sentido figurado.
Mesmo aqueles bem informados ficam perplexos ao tomarem estas passagens em sua significação literal, mas ficam totalmente aliviados desta perplexidade ao explicitarmos a figura, ou meramente sugerirmos que os termos são figurativos.”
Ele, representa a separação entre a fé autêntica, ponderada, esclarecida e tolerante e, doutro lado, a intransigência, mãe do fanatismo.
Por volta de 1180, ele provocou o que é chamado entre os judeus de “a grande controvérsia”.
Foi o conflito que opôs Maimônides – então já um líder carismático – aos dirigentes tradicionais do judaísmo, que se “consideravam” descendentes de Davi.
Maimônides criticava essas pessoas “que, por sua própria iniciativa, fixam as somas de dinheiro que pedem aos indivíduos e às comunidades. Assim, de forma abusiva, levam o povo a pensar que é conveniente e obrigatório ajudar financeiramente aqueles que estudam a Torá… Tudo isso é falso. Não existe uma só palavra, nem na Torá, nem nos comentários dos sábios do Talmude, que leve a pensar desse modo. Nestes últimos, não existe nenhuma demanda de dinheiro ao povo, nem alusão a coletas destinadas às academias talmúdicas.”
Mexeu com um vespeiro, os malafaias (ver significado nalgum dicionário) da vida. Interesses – a fé como fonte de recursos; na minha opinião, o mais absurdo caso de estelionato.