Até onde ele iria?

The Man behind the Theory: Frank Plumpton Ramsey
(Frank Ramsey, 1903-1930)

Frank Ramsey morreu aos 26 anos de idade. Apesar da pouca experiência terrena, deixou marcas na economia, filosofia e matemática. Entre seus contemporâneos, era reconhecido como um gênio.

No segundo ano de graduação, aos 18 anos, traduziu o Tractatus Logico-Philosophicus“, de Wittgenstein, apesar do ceticismo geral de que o Tractatus fosse intraduzível para o inglês.

Ironicamente, em 1929, Wittgenstein foi admitido em Cambridge como um estudante Ph.D., apresentando o Tractatus como sua tese, e, Ramsey foi seu orientador.

O filósofo George Edward Moore, autor de “Ética”, dizia que ficava “nitidamente nervoso” quando esse aluno do primeiro ano estava na sala de aula, porque ele era “muito mais inteligente do que eu …”

Keynes era outro que se assustava com sua inteligência. Quando Ramsey publicou um artigo sobre taxas de poupança, ele a classificou como “uma das contribuições mais notáveis ​​para a economia matemática já feita”. 

Sua ideia mais polêmica era que o bem-estar das gerações futuras deveria ter o mesmo peso que o das gerações atuais. A visão dos economistas (além dos políticos e empresários) era imediatista, voltada para o momento, principalmente por conta da Depressão.

Com a crise ambiental que pacientemente construímos, essa visão é indispensável.

Em 1925 conheceu Lettice Baker; se casaram e tiveram duas filhas.

Publicou alguns livros. No primeiro, procurava resgatar a lógica, corrigindo defeitos que encontrou em “Principia Mathematica“, a incensada obra de Alfred Whitehead e seu aluno, Bertrand Russell.

Noutro, que não deu tempo de publicar, criticava Keynes, fornecendo uma teoria subjetiva da probabilidade e uma visão pragmática de indução.

Keynes escrevera um tratado sobre a probabilidade, no qual afirmara que a probabilidade é uma relação objetiva entre proposições. Ramsey negava que percebêssemos tais relações nem que as apreendêssemos intelectualmente. 

Durante os últimos dois anos de sua vida, Ramsey escreveu uma série de notas filosóficas e artigos, incluindo o influente “On a Problem of Formal Logic”, que contém os resultados matemáticos agora chamados de “Teoremas de Ramsey”

Ramsey morreu em 19 de janeiro de 1930, por problemas hepáticos.

No seu obituário, Richard Braithwaite escreveu:

“Sua sutileza intelectual foi combinada com a mais encantadora simplicidade e franqueza. 

Intolerante com os tolos, ele inspirou outros com sua fertilidade e integridade mental. 

Para um de seus amigos, pelo menos, sua morte é como se um farol se apagasse e tivéssemos que tatear o caminho no escuro.”

https://www.newyorker.com/magazine/2020/05/04/the-man-who-thought-too-fast

Publicado por Dorgival Soares

Administrador de empresas, especializado em reestruturação e recuperação de negócios. Minha formação é centrada em finanças, mas atuo com foco nas pessoas.

Um comentário em “Até onde ele iria?

  1. Paris, começo do século 20. O psicólogo Alfred Binet recebe uma tarefa do ministro da Educação da França: encontrar um meio de prever quais crianças vindas do interior do país teriam mais possibilidade de enfrentar dificuldades na escola – o governo queria oferecer educação especial a elas. Em 1905, ele publica um teste de raciocínio verbal e matemático, com questões que testam a memória e o potencial de resolver problemas de lógica. O objetivo de Binet era medir a capacidade de compreensão pura e simples, não o conhecimento prévio, colocando em pé de igualdade crianças que só sabiam capinar mato com as que recitavam Shakespeare. Evidente que uns são dotados de inteligência privilegiada. Outros por preguiça ou mal alimentados não desenvolvem a inteligência. A inteligência não depende de escolaridade. Homens rudes são exatamente inteligentes naquilo que fazem..relata o texto minhas afirmacoes” Sua sutileza intelectual foi combinada com a mais encantadora simplicidade e franqueza. ” relata o autor ” A visão dos economistas (além dos políticos e empresários) era imediatista, voltada para o momento, principalmente por conta da Depressão.
    Com a crise ambiental que pacientemente construímos, essa visão é indispensável.”
    Era um visionário se não fosse a estupidez humana. Certo é que alguns seres humanos são realmente dotados de uma inteligência rara e aguçada. Outros por anos de estudos,pesquisas, boas universidades realmente não desenvolvem inteligência e sim conhecimento. A meu modo de ver a inteligência é desenvolvida 16 a 18 anos o resto é armazenamento de conhecimentos. Uma pessoa que nuca frequentou uma escola desenvolve objetos, entre outros como se tivesse frequentado anos de bancos escolares. A inteligência vem desde o nascimento no DNA dos seres humanos. Pai e mãe inteligentes não têm a menor chance de ter filhos tolos. ( tolos não no sentido de doenças) a preguiça da leitura, da escrita, da fala, aprender uma arte os fazem idiotas. Já dizia Pestalozi, “quem não lê, não estuda, não vive, desconhece da história o saber”. Enfim , creio eu que certos seres humanos já nascem com a inteligência aguçada. Basta desenvolver. Os chados gênios.

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