
Como aprender sem tentar e, correr o risco de errar? O sistema educacional em geral não aceita erros, só acertos. Provas, exames, notas … o tormento dos alunos e, traumas dos adultos. Mensagem errada.
Reprodução de saberes requer apenas memorização e significa a perpetuação do já estabelecido; o louvor ao estático.
O mundo nada tem de estático, ao contrário. Porém, as mudanças são indesejáveis, em geral, embora sejam onipresentes. Viver é saber adaptar-se e, se conseguir, avançar. Recuar é doentio.
As mudanças, em ritmo crescente de aceleração, trazem incertezas e um redemoinho de complexidade, tornando nosso mundo cada vez mais incompreensível e imprevisível.
O impacto desse fenômeno nas empresas é “paralisante” e deixa os dirigentes – não todos, claro – num estado de preservação, o que é fatal para os negócios.
Essas mudanças são oportunidades para quem saiba navegar à beira do caos, desenvolvendo esforços de adaptação e antecipação. Aos que conseguem entrar no ritmo.
O mundo não é o que já vimos ou aprendemos; ele é vivo, mutante e transformador, independentemente de nossas vontades. Somos quase 8 bilhões de pessoas mexendo, pro bem e pro mal, nessa realidade.
Apesar disso, ainda é comum, vermos empresas que se esmeram em reproduzir padrões e gerenciar pessoas com “controle” e preceitos de “ordem”.
Há muitos anos venho pregando que o maior desperdício nas empresas (e no país) é o das capacidades humanas, dos empregados.
As empresas insistem em ignorar que todo indivíduo é dotado de uma mente que pode ser usada para perceber, julgar, tomar decisões e se adaptar, ao invés de se amoldarem ao tradicional.
É um potencial enorme – mesmo – de criatividade e inovação que se sufoca, por questões políticas nas empresas. O poder é entendido como exercício de autoridade. Coisa medieval.
Líderes ainda são entendidos como os que exercem autoridade, quando deveriam ser os que são seguidos, espontaneamente.
O fato é que a segunda-feira continua sendo o pior dia da semana para muitos. A volta ao trabalho traz a lembrança da nulidade a que os profissionais estão condenados.
Alguns têm pavor de ir trabalhar: não se sentem seguros no ambiente de trabalho e não sabem como obter alguma realização pessoal.
A solução apresentada é tornar-se chefe, que supostamente tem alguma autonomia. Aparente autonomia, pois, normalmente, torna-se um subalterno privilegiado.
Os que conhecem o mito de Teseu, lembram da “cama de Procusto“, uma cama de ferro do tamanho de Procusto e, caso os hóspedes fossem demasiados altos, amputava-se o excesso de comprimento, e os que tinham pequena estatura eram esticados até atingirem o comprimento suficiente.
Assim é o ambiente organizacional. Ou enquadra-se ou se elimina. Nada pode dar errado.
O erro não é admissível. Isso é uma ignorância sobre o processo de acerto – e de inovação.
A única coisa certa é que todos nós erramos. O que é absurdo é tentar fazer de nossos erros, o acerto. Isto é, o acerto dos chefes que se apoiam na denúncia dos erros dos demais.