Tenho que decidir?

Como escapar da sua “maior fraqueza” numa entrevista de emprego? | ICBEU  SJCampos

Há quem pague para que decidam por si. Aliás, pagamos todos altos impostos, para que nossos “representantes” nos representem, isto é, decidam por nós aquilo que é de seus interesses.

É, pensar não é fácil; por isso desenvolvemos hábitos. Os marqueteiros, os criadores de hype, os influenciadores, desinteressadamente, nos ajudam a escolher o pré-escolhido.

Conheço muitos que preferem ser subalternos – embora muito inteligentes e preparados – a ter que assumir posições de liderança e, ter que tomar decisões.

Há muita confusão sobre o que seja decidir e como tomar decisões. Alguns acham que é necessário coerência ao se tomar decisões.

Mas, se é necessária alguma coerência, esta deve ter aderência à realidade – não a decisões anteriores -, realidade que não é “fixa”, ao contrário é mutante. Quem pretende se ater a decisões passadas é assíncrono, quer manter o passado no agora.

Alvin Tofller, na minha época, já advertia que “o futuro é construído pelas nossas decisões diárias, inconstantes e mutáveis, e cada evento influencia todos os outros.”

Aí está a ideia da complexidade, que se torna o nosso normal – mais visível hoje por conta do aumento da frequência das mudanças – e para a qual precisamos desenvolver nossa capacidade de adaptação, que requer uma aprendizagem contínua e habilidade em tomadas de decisões.

Com a cornucópia de informações e sugestões disponíveis cabe a cada um de nós saber escolher o que nos pareça relevante.

Estaríamos melhor se tivéssemos menos opções? Antes, era tudo muito simples: as verdades estavam dadas e as escolhas também, inclusive as profissionais. Tudo era socialmente regulado.

Na Índia (onde, normalmente, só considera uma mulher “completa” depois que ela se casa), mais de 60% dos casamentos hoje é arranjado. Entre os sikhs, os noivos só se conhecem no casamento. Apesar disso – dessa falta de liberdade de escolha – o número de divórcios é baixo, em relação ao Ocidente, de múltiplas escolhas.

Barry Schwartz, no seu livro “O paradoxo da escolha: por que menos é mais?”, descreve dois grandes grupos: os maximizers e os satisficers. Os primeiros são perfeccionistas e sempre tentam tomar a melhor decisão possível. Os satisficers, uma mistura de suficiente com satisfeito, define os próprios parâmetros de decisão.

Os perfeccionistas são, naturalmente, mais angustiados.

Imagine ter que escolher entre várias marcas de uma categoria de produto! Às vezes, de um mesmo fabricante! Esses marqueteiros esquecem que liberdade em excesso oprime.

O Brasil, com seus trinta ou mais partidos, oferece maior liberdade de escolha que os EUA?

Meus pais vivenciaram várias crises nesse país em eterno processo de parto. Viviam tranquilos, preocupados apenas em trazer alimentação para casa. Eram analfabetos. Uma bênção.

Os que precisam tomar decisões menos erráticas – excluo os políticos – têm que observar algumas regras, um método.

Um desses métodos – há vários, embora assemelhados – é o sugerido por John Hammond, Ralph Keeney e Howard Raiffa, dividido em oito elementos:

  • Problema (trabalhe com o problema certo);
  • Objetivos (defina-os);
  • Alternativas (crie alternativas com imaginação);
  • Consequências (imagine-as e as compreenda);
  • Trocas (confronte os itens de negociação);
  • Incertezas (tente avaliar suas incertezas);
  • Tolerância a riscos (dimensione sua tolerância a riscos);
  • Decisões interligadas (o que esta decisão afeta as escolhas de amanhã?).

Há um conselho conhecido, porém ignorado, de que precisamos assumir que somos imperfeitos. Podemos ser fortes aceitando nossa vulnerabilidade e mais ousados ao admitirmos nossos medos.

Publicado por Dorgival Soares

Administrador de empresas, especializado em reestruturação e recuperação de negócios. Minha formação é centrada em finanças, mas atuo com foco nas pessoas.

Um comentário em “Tenho que decidir?

  1. Vivemos um momento em que não decidimos quase nada. Colocamos nossas decisões nas mãos de que não sabe decidir nem por si mesmo. Parte do trecho nos norteia para ” Hammond, Ralph Keeney e Howard Raiffa, dividido em oito elementos:

    Problema (trabalhe com o problema certo);Objetivos (defina-os);Alternativas (crie alternativas com imaginação);Consequências (imagine-as e as compreenda);Trocas (confronte os itens de negociação);Incertezas (tente avaliar suas incertezas);Tolerância a riscos (dimensione sua tolerância a riscos);Decisões interligadas (o que esta decisão afeta as escolhas de amanhã?). O que não tem sido feito por nós. Deixamos nossas decisões serem influenciadas por quem não tem capacidade e não deve fazer isso. Não devemos deixar nos influenciar pelos tais “influencer” que as vezes não tem condições de decidir nem sua própria vida. Não muito longe os tais influencer que deixamos ser levados pelos tais que não sabemos nem mesmo qual sua formação. Somos influenciados por quanto mais likes mais seguidores. Segue a manada. Conheço influencer que nem um curso superior possui. E nas redes sociais postam umas bobagem e conta -se os likes. Decida por si. As redes sociais não se tornaram mal necessário. Ela se tornou um mal. Por preguiça seguimos de pensar vai seguindo a boiada.

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