
A saúde não é apenas a ausência de uma doença. É uma alegria interior que deveria estar conosco o tempo todo – um estado de bem-estar positivo, repete Deepak Chopra.
O mundo interior de muitos, entretanto, parece cada vez mais sombrio. Viver sempre foi desafiante, mas as contínuas e crescentes mudanças têm desestabilizado porções maiores, principalmente de jovens.
Ao invés da alegria interior, que nos abre os olhos para as maravilhas do viver, justamente por sua complexidade e variedade, o negativismo e a desesperança têm dominado nossa mente.
O contexto social, político, econômico e sanitário reforçam esse sentimento.
Um levantamento feito pela OMS, colocou o Brasil na primeira posição em prevalência de ansiedade, com mais de 18 milhões de pessoas sofrendo do problema. Isso equivale a cerca de 9% da população!
Ansiedade é motivada por expectativas sobre o futuro. Futuro que não se vê com clareza, principalmente por aqui. O futuro que se nos apresenta é um retorno ao pior do passado.
A indústria farmacêutica não tem do que reclamar. A maioria dos que sofrem com depressão e outras “doenças” mentais, termina por recorrer a drogas oficiais, ou a outras, ilícitas.
Por trás dessa atitude está o fato de que “nossa cultura opta por acreditar que a doença se forma basicamente no nível material”, diz Chopra.
Adoecer não é necessário, mas às vezes é o caminho adotado para que nos percebam, pois acrescentamos significado a cada sinal que vem em nossa direção.
A percepção é a porta de entrada para muitos problemas mentais, e é, também a saída.
Uma amiga, Atena Nardy, recomendou-me um livro interessante: “Vencendo o Pânico sem Drogas”, de Luiz Delfino Mendes, psicoterapeuta.
Nesse livro, o autor fala de sua experiência em como vencer a síndrome de pânico com recursos internos.
A prática sistemática de se classificar as doenças mentais serviria primordialmente, segundo ele, à estratégia de se dar um nome à coisa desconhecida, gerando a impressão de que ela é conhecida. O nome de uma doença daria respaldo aos médicos, que não podem confessar que não sabem o porquê daqueles sintomas apresentados.
“O esquizofrênico não precisa saber que doutor algum sabe ao certo o que é a tal esquizofrenia … Que tome seu remédio e não perturbe! A droga só reprime os sintomas sem resolver suas causas …” (Luiz Delfino Mendes)
Com relação à síndrome de pânico, intervir com drogas na química cerebral altera o estado psíquico de maneira mais ou menos previsível, embora isso não leve à cura. Os sintomas são reprimidos precariamente, em troca de efeitos colaterais.
A solução se dá – sempre segundo Luiz Delfino – através do trabalho psicoterapêutico, que devolve a autonomia à pessoa fazendo crescer sua confiança em si mesma – não na droga.
“… o diagnóstico convencional erra quando apresenta as alterações na bioquímica cerebral como causa, pois elas, ao contrário, estão entre as consequências de uma crise de pânico.
A culpa não é dos neurotransmissores. (…)
A causa é psicológica, não ‘biológica’, como se diz. (…)
É uma crise psicológica – benéfica – que causa alteração no equilíbrio eletroquímico do cérebro, assim como também altera pressão sanguínea, batimentos cardíacos, respiração, função gastrintestinal etc., o que não significa doença em qualquer dessas funções.” (Luiz Delfino Mendes)
Mente e cérebro não são a mesma coisa, e a Mente é determinante.
A síndrome de pânico seria consequência de um desequilíbrio motivado por excesso de controle.
O bem-estar psíquico não se origina de fora para dentro, através de drogas, por exemplo.
“Você acredita que vive no mundo, quando na verdade o mundo vive dentro de você.
A realidade existe porque concordamos com ela. Sempre que a realidade muda, o acordo foi modificado.
Todos criamos roteiros e depois nos deixamos convencer por eles, até o nível das nossas células.” (Chopra)
Um assunto muito complexo, as doenças invisíveis. Com um País em frangalhos, como se numa corda bamba, qual jovem teria equilíbrio emocional associado às doenças psiqui-somáticas para ter uma vida equilibrada e saudável.? Nunca se registrou no País o grande número de suicídios de adolescentes. Necessário se faz uma revisão urgente não só no sistema de saúde mental , mas em um contexto geral em se criar perspectivas para crianças, jovens e adultos. Crianças sim, apesar de parecer imperceptíveis estamos criando uma geração de crianças também ao ver a situação dos pais com um psique abalado. O assunto é pertinente e urgente. Nossa geração passa e crianças , adolescentes e jovens ficarão. Políticas públicas urgentes de boa educação, trabalho para jovens e adultos . Sem esses itens básicos teremos um desajuste jamais visto em toda história desse país e porquê não no Mundo? Se fossemos estender o assunto o que seria do psicológico das crianças do Afeganistão.? Nem vamos falar desse assunto . Não estamos conseguindo resolver nem da nossa Nação.
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