O Afeganistão não é fácil

(Alexandre Magno, 356-323 a.C.)

A Báctria – nada a ver com bactérias ou batráquios – era uma província do império persa que abrangia o atual Afeganistão, e porções do Uzbequistão, Tadjiquistão e Turcomenistão.

Alexandre, o Grande, derrotou Dario III, mas a Báctria não se curvou e continuou a lhe oferecer resistência.

Ele iniciou sua ofensiva contra o império persa em 334 a.C. e a concluiu em 331, com a derrota e fuga de Dario. No meio do caminho, conquistou a região do Levante, a Síria e o Egito.

Em 330 a.C. investe contra a Báctria, na região que se tornaria o Afeganistão. Esperava conquistá-la em três meses, mas a peleja durou três anos.

Apesar do seu poderoso exército, Alexandre se surpreendeu com a ferocidade dos guerreiros locais, que compensavam sua inferioridade em armamentos com táticas de guerrilhas e, se mostravam dispostos a dar a vida em combate.

A paz só foi possível com um acordo entre Alexandre e o chefe guerreiro Oxiarte.

Pelo acordo, Oxiarte tornou-se seu sogro e foi nomeado como Primeiro Parente e Parceiro Real, tornando-se o principal entre os nobres bactrianos.

O seu casamento com a princesa afegã Roxana, acabou com o desgaste do exército macedônico.

Não dá pra dizer que houve vitória. Fala-se em duzentos mil mortos entre os afegãos; desconhecem-se as perdas (grandes) entre os macedônios.

Com o acordo, Alexandre pôde prosseguir nos seus planos de invasão da Índia.

O Afeganistão continuou objeto de cobiça das potências de cada época.

Entre 1839 e 1842 os britânicos decidiram invadir o país (para evitar que “caísse” nas mãos dos russos ou dos persas): o exército britânico foi destruído.

Em 1878, os britânicos invadiram outra vez o Afeganistão e recuaram em 1880.

A Terceira Guerra Anglo-Afegã ocorreu em 1919 e terminou com o pleno reconhecimento da independência afegã.

Idas e vindas, em 1979 assume um governante com ideário marxista-leninista.

Socialmente, uma revolução: o chador foi abolido, homens não podiam usar barba, mesquitas foram fechadas, os casamentos forçados foram proibidos, o ateísmo era promovido, usura foi proibida … e fez-se uma reforma agrária que desagradou à população.

Politicamente, um desastre, como acontece: estima-se que cerca de 100.000 pessoas foram assassinadas por tropas do governo, membros da elite, religiosos e intelectuais foram presos e torturados …

Resultado: revoltas, e a União Soviética decidiu intervir em 1979. Durou 10 anos. Foi a gênese dos mujahidin, entre eles o Talibã, com muito dinheiro americano.

Em 2001 foi a vez dos Estados Unidos, que acaba agora, melancólica e assustadoramente.

Publicado por Dorgival Soares

Administrador de empresas, especializado em reestruturação e recuperação de negócios. Minha formação é centrada em finanças, mas atuo com foco nas pessoas.

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