“Entender o que significa entender”

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(Ali Nesin)

Johann Heinrich Pestalozzi (1789-1848), pedagogo, defendia que todas as pessoas deveriam ter um ponto de partida igual; o ponto de chegada não precisa ser o mesmo, mas o de partida precisa ser.

O mundo não precisa ser dividido entre “ganhadores” e “perdedores”. Não se pode considerar a corrida pelo mérito quando este é estabelecido pelos valores sociais.

Posso ser bem sucedido no que escolhi fazer, mesmo que meus colegas deem risada sobre o que faço. Dinheiro e poder não são as únicas métricas – há o bem estar pessoal e o prestígio que às vezes alguns círculos atribuem.

O sucesso deve ser compreendido em prol da coletividade, diz Michael Sandel.

Dessa forma, Ali Nesin é um vencedor. Ele largou a cátedra de matemática na Universidade da Califórnia e foi amparar crianças na Turquia, seu país.

Atendeu ao pedido que seu pai lhe fizera, que assumisse o comando de uma Fundação que criara há mais de vinte anos.

Terminou por construir uma vila focada no ensino da matemática – unia, então, sua paixão e a obra do pai.

“… soube desde pequeno que eu faria algo que me agradasse na vida, que eu faria coisas boas e que, de alguma maneira, eu iria ganhar dinheiro suficiente para viver decentemente.” (Ali Nesin)

Se o propósito é decente, o trabalho é digno e meritório.

Por essa iniciativa recebeu em 2018 o Prêmio Leelavati. (vejam o vídeo abaixo; motivador).

Este é um prêmio que reconhece uma contribuição notável para divulgação da matemática.

Para Nesin, o importante na aprendizagem é “entender o que significa entender”. Antes do ‘como’, o ‘por quê?’.

Na Vila, o dito “fracasso” é o padrão, e o tradicional “sucesso” é excepcional. Isso porque lá não se dá notas, não fazem provas. Há apenas exercícios, bem difíceis. Mas os estudantes não são obrigados a resolvê-los; apaixonam-se pelo processo de busca da solução. Não há o que temer.

“Não tente resolver a questão, tente entender a questão” é o mantra.

Esse é o ponto: as pessoas tendem a não saber o que realmente significa entender algo. Normalmente, achamos que sabemos e mal repetimos “saberes” e visões da sociedade.

“Muitas vezes, quando você tenta entender um problema ou um assunto, as soluções simplesmente aparecem”, completa Nesin. Elas normalmente estão contidas no problema.

Publicado por Dorgival Soares

Administrador de empresas, especializado em reestruturação e recuperação de negócios. Minha formação é centrada em finanças, mas atuo com foco nas pessoas.

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