O pensar diferente

Lucilio Vanini - Alchetron, The Free Social Encyclopedia
(Lucilio Vanini, 1585-1619)

A história de Giordano Bruno é bem conhecida: terminou na fogueira porque escreveu um livro que falava da pluralidade dos mundos e aventava a possibilidade de existir vida em outros planetas, entre outras heresias.

Outros, que achavam que poderiam pensar diferentemente do permitido, são pouco conhecidos.

Um deles é Miguel Servet, pensador espanhol que se dedicou a áreas que iam da medicina à astronomia e geografia.

Propôs um dos primeiros modelos de circulação pulmonar do corpo humano. Podia ter ficado quieto, mas resolveu desenvolver uma cristologia não trinitária (contrária ao conceito de um Deus formado por três pessoas distintas – o Pai, o Filho e o Espírito Santo). Claro, foi acusado de heresia tanto por católicos quanto por protestantes. Foram os seguidores de Calvino que o denunciaram aos tribunais da inquisição (Católica) e, foi condenado à fogueira.

Outro coitado foi Lucilio Vanini, italiano que passou a maior parte de sua vida fugindo das perseguições por suas ideias.

Vejam só: foi um dos primeiros a entender o universo como uma entidade governada por ‘leis naturais‘. Pior, defendia uma ‘evolução biológica‘, sustentando que os humanos e os símios teriam ancestrais comuns!

Para tentar limpar seu nome com as autoridades romanas, publicou um livro contra o ateísmo, em 1615 . Mas, não foi plenamente bem sucedido. Suas ideias eram perturbadoras, difíceis de serem toleradas.

“Deus age sobre os seres sublunares (humanos) usando o céu como ferramenta. Deus pode usar tais fenômenos para alertar o povo, e especialmente os governantes, do perigo. Mas a verdadeira origem dos fenômenos sobrenaturais é a imaginação humana que, às vezes, pode mudar a aparência da realidade externa. 

Para os ‘impostores’ eclesiásticos que promulgam falsas crenças para ganhar riqueza e poder, e governantes interessados ​​em dominar o povo, todas as coisas religiosas são princípios falsos para ensinar à população ingênua que, quando a razão não pode ser alcançada, pode pelo menos praticar a religião”.

Em novembro de 1618, ele foi preso em Toulouse e, após prolongado julgamento, foi condenado a ter sua língua cortada, estrangulado e a ter seu corpo queimado até as cinzas. 

Pensando bem, melhor ser ignorado nas redes sociais.

Publicado por Dorgival Soares

Administrador de empresas, especializado em reestruturação e recuperação de negócios. Minha formação é centrada em finanças, mas atuo com foco nas pessoas.

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