
Um ato individualizado no separatista bósnio Gavrilo Princip, em 28 de junho de 1914, “deflagrou” a Grande Guerra. Ele não agiu sozinho, era parte de uma organização que queria a libertação da Bósnia do jugo do Império dos Habsburgo.
Era um domingo, e o arquiduque Francisco Ferdinando (herdeiro do Império Austro-Húngaro) passeava em Sarajevo com sua mulher, a condessa checa Sophie Chotek.
Esse assassinato atingiu, ao final, os objetivos dos separatistas e, de sobra, derrubou quatro impérios.

O que teria levado o mundo à Primeira Guerra Mundial? Como uma questão local, no conflituoso Bálcãs, levaria, 37 dias depois do atentado, à grande calamidade – da qual brotariam todas as outras?
65 milhões de soldados foram mobilizados, 20 milhões de militares e civis mortos e 21 milhões de feridos, num laboratório de morte!
Tudo estava pronto, só faltava um motivo.
Tensões latentes haviam se formado: a Alemanha ameaçando o poderio industrial da Inglaterra e, a Rússia querendo suplantar o poderio militar alemão.
Entre 1860 e 1913, a Alemanha saltara de 5 para 15% do total da manufatura global. Enquanto isso, o Reino Unido caíra de 20 para 14%.
Antes da unificação alemã, em 1870, a Alemanha produzia apenas metade do aço fabricado pela Grã-Bretanha; em 1914, já produzia o dobro do rival. Chato isso.
A Rússia, em 1910, já havia se recuperado de sua derrota militar para o Japão e esperava ter, em 1917, um exército superior ao alemão em três para um. Insuportável isso.
O plano alemão era derrotar rapidamente a França (aliada da Rússia) e, em seguida, fazer meia-volta e acabar com a pompa ou ameaça russa – que foi repetido na Segunda Guerra.
O “fatalismo” da Guerra estava no ar. Era “inevitável” para os planos dos poderosos e dos aspirantes à hegemonia.
Esta é a chamada “armadilha de Tucídides“, que está de volta com a ascensão meteórica da China e sua “ameaça” à hegemonia americana. Voltarei a esse assunto.