
Falei outro dia que a Terra é basicamente coberta por água; mais de dois terços. Mas, por muito tempo não conhecia o mar, como muitos, para os quais ‘mar’ seria só mais uma hipérbole poética, como na Eneida, “molhando as estrelas com sua espuma” (Virgílio).
Em lugares como Mongólia, China, Texas, Austrália, Saara e outros, conhece-se ondas graças às tempestades de areia.
O Brasil já se habilita. A Terra é terra, pó. O ser humano está empenhado nessa comprovação. Temos até um ministério para cuidar desse intento.

Alguém acredita na saga de Sagan de que “Somos todos poeira de estrelas”?
Eu, sim, pois dou crédito até às atividades das classes estéreis classificadas pelos fisiocratas, como os poetas.
Só mudaria o ‘somos’ por ‘fomos’; somos é muito pretensioso.
Antes de virar pó serei adubo e, novamente pó de estrelas só daqui a um trilhão de anos, conforme o mais novo estudo sobre a extinção do sistema solar.
Não sei ainda se minhas memórias virarão gases – poluidores ou nobres.
Serei inquilino nas Plêiades, na minha constelação de Touro. Não é certeza: os cientistas dizem que elas se dispersarão antes, em 250 milhões de anos.
Só baixando um pouco a poeira.