
William James dizia: “Nós não sorrimos porque somos felizes, nós somos felizes porque sorrimos.”
Ou, doutra forma: “O pássaro não canta porque está feliz, mas sim está feliz porque canta.”
Mensagens positivas: “A maior descoberta de minha geração é que o ser humano pode alterar a sua vida mudando sua atitude mental.”
Bom, foi ele quem primeiro ofereceu um curso de psicologia nos Estados Unidos, no início do século passado; a “psicologia pragmática, funcional ou científica”. Bem americano.
“Para as pessoas que possuem um temperamento otimista, a questão sobre o valor da existência já está resolvida.
Quem é naturalmente otimista não acredita que possa existir na vida algo demasiado ruim.” (William James)
Nada contra William James. Até tenho o temperamento otimista, embora desconfie de que haja por aí algo demasiado ruim.
Gosto mais de suas ideias religiosas, embora controversas.
Voltarei ao James religioso e filósofo. Agora, falemos de sua ideia de que o sorriso (sua prática) traz felicidade.
Já escrevi aqui sobre esse tema: (https://wordpress.com/post/balaiocaotico.com/7508)
Em 1988, Fritz Strack, professor emérito de uma conceituada Universidade alemã, publicou um estudo que corroborava a hipótese de James, de que a expressão facial de uma pessoa afeta diretamente seu estado emocional.
Numa reavaliação, feita em 2016, os resultados de Strack não foram reproduzidos.
Outro assunto: em 1998, o psicólogo social Roy Baumeister apontou limites para a capacidade de autocontrole dos indivíduos.
Exemplo: pessoas que conseguiam resistir a uma tentação tinham mais dificuldades em cumprir tarefas difíceis logo em seguida. Como se toda a energia houvesse sido gasta na contenção do desejo.
Ainda: indivíduos forçados a fazer discursos defendendo ideias contrárias às suas, também sofreriam para realizar esforços exigidos em sequência.
Ou seja, contrariedade reduz produtividade. O “ego ficaria esgotado”.
Feita uma reavaliação, nenhuma dessas evidências foi encontrada.
Outro psicólogo, Eugene Caruso, havia dito em 2013, que pessoas expostas ao dinheiro passariam a defender os princípios de “livre mercado”.
Travis Carter, por sua vez, dizia que o sujeito exposto à imagem da bandeira americana passaria a ter “comportamentos políticos conservadores”.
Reavaliações foram feitas: nada se confirmou.
Conclusão: difícil dar crédito a alguns “estudos”. Quantos já foram desmontados?
Isso não é só na Psicologia. Vejam alguns na Medicina: benefícios da vitamina E para o coração; do betacaroteno contra o câncer; do estrogênio contra o mal de Alzheimer … Todos refutados.
As vezes a filosofia é um devaneio para acalentar almas e coracoes sofridos. Seria facilimo sorrir e como uma magica tudo se tornasse radiante. Não é e nunca foi assim. Acho ate meio debiloide aqueles de riso facil . Uma sensação que não tem nada a preocupar e a vida é muito simploria. Viver é equilibrar em uma corda bamba todo dia. Admiro os de sorriso facil. Eu porém, não tenho essa habilidade. Custa-me raramente um sorriso. Não só agora no periodo que vivemos. Mas eu acho que esqueci de sorrir. Isso nao se confunde com amargura. Se diz daqueles que não tem um sorriso frouxo.
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