
Em 2019, levantou-se que o BlackRock, maior fundo de investimentos mundial, havia perdido US$ 90 bilhões nos dez anos anteriores por ignorar o sério risco financeiro incorrido nos investimentos em empresas de combustíveis fósseis.
“O BlackRock exerce uma enorme influência e assume uma enorme responsabilidade para com a comunidade em geral. Ele tem o poder de liderar globalmente para lidar com os riscos climáticos, mas, até o momento, permanece um retardatário”, advertia Tim Buckley.
Larry Fink, CEO do BlackRock, que administra mais de US$ 6,5 trilhões de ativos, ao divulgar sua carta anual aos clientes, fala do novo direcionamento do fundo: foco em sustentabilidade.
Eis um trecho (veja o link para a carta):
“As perspectivas de crescimento de cada empresa são indissociáveis da sua capacidade de operar de forma sustentável e servir todo o conjunto de partes interessadas.
A importância de servir as partes interessadas e integrar o propósito está se tornando cada vez mais fundamental para que as empresas entendam o seu papel na sociedade.
Tal como escrevi em cartas anteriores, uma empresa não pode alcançar lucros a longo prazo sem ter um objetivo e sem considerar as necessidades de uma ampla gama de partes interessadas.
Uma empresa farmacêutica que aumenta impiedosamente os preços, uma empresa de mineração que reduz a segurança, um banco que não respeita seus clientes – essas empresas podem maximizar os retornos a curto prazo. Mas, como temos visto repetidas vezes, essas ações que prejudicam a sociedade irão prejudicar a empresa e destruir o valor para os acionistas.
Em contraste, um forte senso de propósito e um compromisso com as partes interessadas ajuda uma empresa a se conectar mais profundamente com seus clientes e a se ajustar às mudanças nas demandas da sociedade.
Em última análise, o propósito é o motor da rentabilidade a longo prazo.
Com o passar do tempo, as empresas e países que não atenderem às partes interessadas e enfrentarem os riscos da sustentabilidade, encontrarão um crescente ceticismo por parte dos mercados e, por sua vez, um custo de capital mais elevado.
Empresas e países que defendem a transparência e demonstram sua capacidade de resposta às partes interessadas, ao contrário, atrairão investimentos de forma mais eficaz, incluindo capital de maior qualidade e de longo prazo.”