Ao escolher o nome para meu blog pensei nalgo que representasse meu querido país. Escolhi “Balaio Caótico“. Acho que não errei.
Há algum tempo, ao acordar me perguntava: “Quem foi preso hoje?”
Logo, a pergunta era: “Quem foi solto hoje?”
Estou lendo o calhamaço “Ética”, de Fábio Konder Comparato, 716 páginas. Pretendia escrever sobre esse tema aqui. Não sei se vale a pena.
Melhor falar sobre o livro de Nelson Motta, “De Cu pra Lua”. É o que precisamos para sobrevivermos.
Aprendi, ontem, que nosso Judiciário precisa de um intensivão de Geografia. Não é uma matéria de “Humanas”?
O futuro não é uma linha reta. Mas, espera-se que as sinuosidades e recuos sejam motivadores de avanços. Impasses, entretanto, normalmente não conduzem a futuros esperançosos.
Vejam só: termos que escolher entre duas propostas negativas (o antipetismo e o antibolsonarismo) não abre portas para melhores perspectivas. É o que temos, por merecimento.
Está difícil ser um “pessimista esperançoso”, como me defino.
As distopias são vendidas, cada vez mais, como utopias, e são avidamente consumidas por desesperados (os de boa-fé) ou oportunistas (os defensores do “primeiro o meu”).
É o sucesso das “utopias virtuais”, como acentua Franco Berardi: “aquelas que produzem efeitos reais consistentes, para depois revelarem-se portas de acesso às distopias definitivas, as distopias da morte do humano ou, mais que isso, as distopias da submissão do humano a cadeias de automatismos técnicos.”
Estas cadeias já produzem seus efeitos como fundamentalismos religiosos, xenofobias, populismos e protofascismos.
Atribuem a Magalhães Pinto a definição de que “A política é como uma nuvem. Você olha e ela está de um jeito. Olha de novo e ela já mudou”.
Esta é a política à qual nos acostumamos. Não há um núcleo duro, institucional, que mantenha uma certa continuidade em direção às aspirações nacionais.
Atualmente, a política está mais para “espumas“, que, independentemente das correntes e ventos que formam as ondas, surgem como assuntos midiáticos. Esquecem que as espumas são o esgotamento das ideias.
Outra boa metáfora para a nossa política pode ser “brumas“.