
TEMPO (Marcio Kazuo Teramoto)
O “tic e tac” me acompanham desde o nascimento.
Nas primeiras primaveras não me dava conta como era rápido.
Chronos, implacável senhor do tempo.
Só me dei conta da velocidade na aurora de meus 30 anos.
Até então, vivia como se fosse imortal.
Minha meninice e juventude vivida como se o tempo não existisse.Desejando que o tempo passasse depressa.
Para chegar as férias escolares, para completar 18 anos, para ser independente.
Pura ilusão.
Deixei-me levar pela corrente.
Quando me dei conta, o tempo havia passado.
E a pressa da vida me carregou em seus braços.
Só peço para o tempo passar bem devagar.
Tento aumentar o intervalo entre o “tic e o tac”.
É inútil.
E hoje, na altura da vida em que me encontro.
Cansei de brigar com Chronos.
Na verdade, fiz as pazes com ele.
Aprendi a apreciar cada “tic” e cada “tac” e o intervalo entre eles.
Descobri que entre o “tic e o tac”, reside a eternidade.