
Teologia Natural é uma expressão cunhada por Adam Gifford, um estudioso de Espinoza.
Deus teria nos concedido dois livros nos quais suas ações estariam registradas. Um seria a Bíblia e o outro, o Livro da Natureza.
A Teologia Natural seria a leitura da mente de Deus conforme ela se expressa nas obras da natureza.
Da sua “leitura” deveríamos despertar para o significado, o recado, de tanta “diversidade“, “o grande dom que a vida trouxe ao nosso planeta”, nas palavras de Freeman Dyson, físico e matemático.
“A preservação e o cultivo da diversidade é o grandioso objetivo que eu gostaria de ver incorporado aos nossos princípios éticos e às nossas ações políticas.” (Dyson)
Dyson comenta que a humanidade está sempre atenta aos pesquisadores que atingem os picos do conhecimento científico – como Maxwell e Einstein – e desconhece os que exploram os vales, onde proliferam a diversidade – inclusive no conhecimento.
É nos vales e selvas que está a parte mais rica da criação. A natureza é “complexa”.
“A velha visão que Einstein manteve até o fim da vida, de um mundo objetivo de espaço, tempo e matéria independente do pensamento e da observação humana, já não é a nossa.
Ele esperava descobrir um universo possuidor daquilo que denominava ‘realidade objetiva’, um universo de cumes de montanha que ele poderia compreender por meio de um conjunto finito de equações.
Acontece que a natureza não vive nos cumes, e, sim, nos vales.” (Dyson)
Dyson contestava a ideia de “materialismo científico”:
“Não sei o que significa a palavra ‘materialismo’.
Falando como físico, julgo que a matéria é um conceito impreciso e extremamente obsoleto.
Numa definição tosca, matéria é o modo como as partículas se comportam quando reunidas em grande número.
Quando examinamos a matéria em seus mínimos detalhes nos experimentos de física de partículas, vemos que ela se comporta como um agente ativo, e não como uma substância inerte.
Suas ações, no sentido estrito, são imprevisíveis. (…)
Entre a matéria como a vemos no laboratório e a mente como a observamos em nossa consciência, parece haver apenas uma diferença de grau, mas não de tipo. (…)
Nossa mente pode receber elementos da matéria e de Deus igualmente.”