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A Faculdade de Saúde Pública, da USP, e a Conectas Direitos Humanos, uma das mais respeitadas organizações de justiça da América Latina, após a análise da produção de portarias, medidas provisórias, resoluções, instruções normativas, leis, decisões e decretos do Governo federal, assim como o levantamento das falas públicas do presidente, fazem uma afirmação contundente: “Nossa pesquisa revelou a existência de uma estratégia institucional de propagação do vírus, promovida pelo Governo brasileiro sob a liderança da Presidência da República”.
Todos nós sabemos quais são essas ações, que visam desmoralizar os que combatem a pandemia e que procuram eximir de culpa o presidente. Há os que acreditam; os que se alimentam de ódio e ignorância.
Há intenção, há plano e há ação sistemática nas normas do Governo e nas manifestações de Bolsonaro, segundo aponta o estudo, diz Eliane Brum.
“Os resultados afastam a persistente interpretação de que haveria incompetência e negligência de parte do governo federal na gestão da pandemia. Bem ao contrário, a sistematização de dados, ainda que incompletos em razão da falta de espaço na publicação para tantos eventos, revela o empenho e a eficiência da atuação da União em prol da ampla disseminação do vírus no território nacional, declaradamente com o objetivo de retomar a atividade econômica o mais rápido possível e a qualquer custo”
A indicação e permanência de um general especializado em logística – que no dia D enviou as vacinas destinadas ao Amazonas para o Amapá e, que enquanto faltava oxigênio em Manaus, vendia a ideia da cloroquina – é parte do plano.
O plano é simples: a culpa é dos outros. No caso, tentará culpar os governadores.
O governo federal não só é ausente como atrapalha o combate à pandemia, deliberadamente. Um crime. Mas, o PGR tem o sonho – assim como alguns ministros do STJ – de ser indicado para o STF, e nada faz.
Alega que ‘distribuiu’ dinheiro aos governadores e insinua que eles roubaram. É possível. Para isso existem a PF e a PGR. O governo federal também deve ser investigado. Acusar os outros não significa honestidade.
Essa forma de indicação do PGR e de ministros do STF pelo Executivo é um absurdo!
O Senado, que deveria ou não referendar, se dobra – por razões óbvias.
A Câmara, ao invés de tentar reduzir os privilégios dos “nossos representantes”, tenta – com urgência – alarga-los.
A pandemia e a falta de renda para milhões de brasileiros são relegados a segundo plano.
O vírus é um assunto chato: vida ou economia. O problema é complexo: deixam para os prefeitos e governadores.
A fome tem pressa. Mas, só para os que sabem o que é isso. Os parlamentares e nosso governo têm outras preocupações.
O respeitado instituto australiano Lowy realizou uma pesquisa sobre a capacidade de resposta dos países à pandemia.
O resultado demonstra que são muitos os países que vêm enfrentando dificuldades e atuando de forma ineficaz no controle da pandemia. Adivinhem: o Brasil ocupa a pior posição.
Quando veremos os políticos eleitos serem punidos – não só por corrupção – por incompetência, estelionato eleitoral, má-fé, e crimes contra a população?
Difícil. Até a quem se acusa de assassinato se protege, sob o manto da inviolabilidade!