
O sorriso de Duchenne, ou sorriso genuíno, é aquele que envolve a contração do músculo zigomático principal, que eleva os cantos da boca, e do músculo orbicular do olho, que aumenta as bochechas e forma os pés de galinha ao redor dos olhos. Ele é simétrico e involuntário.
Esse nome dado ao sorriso verdadeiro é uma homenagem ao neurologista Guillaume Benjamin Amand Duchenne (1806-1875), que estudou as expressões faciais da emoção.
Mas há o “sorriso falso”, o “sorriso amarelo”, forçado, quando as pessoas tentam imitar o “sorriso de Duchenne”, sem necessariamente estarem felizes.
As selfies são usuais para a prática dos sorrisos fakes.
“Uma pesquisa mostra que as pessoas tendem a classificar uma pessoa sorridente como mais honesta e simpática e alguém com quem desejam cooperar. Quando alguém diz que vai cooperar, é mais provável que as pessoas acreditem nele se isso for dito com um sorriso. Em outras palavras, os sorrisos parecem ser um sinal que diz: ‘Confie em mim’.” (Alexander Danvers)
Qual o político que não sabe disso? Mas há, também, os que por esperteza, para agradar ou por embaraço, recorrem a essa ginástica facial.
Todos sabemos disso: sorrir é fácil. Entretanto, continuamos confiando nos sorrisos, mesmo quando praticados por pessoas inescrupulosas que querem apenas parecer confiáveis.
Segundo Alexander Danvers, a teoria da sinalização, no campo da biologia evolutiva, afirma que um sinal de comunicação entre os animais parecerá “honesto” – ou seja, pode ser confiável – se for difícil para o animal enviá-lo.
Alexander Danvers é um psicólogo social que usa sistemas dinâmicos e aprendizado de máquina para entender as interações sociais e emoções.
Alex Pentland, cientista da computação, argumenta que a interação social envolve muito esforço. Para obter uma interação tranquila, você precisa prestar atenção e responder adequadamente a muitas fontes diferentes de informações da outra pessoa: suas palavras, seu tom, sua linguagem corporal.
Então, quando as pessoas prestam muita atenção em nós, confiamos que elas são genuínas – porque sabemos que é um trabalho árduo.
Eu, por exemplo, evito “festas” ou eventos de networking – há uma certa expectativa de “bem estar”, que nem sempre carrego comigo. Esses encontros demandam ‘sorrisos engajados’, às vezes meramente cordiais. Prefiro mostrar interesse, na conversa, na pessoa e, o sorriso só quando espontâneo.
Essa minha postura não contraria o resultado de pesquisas feitas por Danvers: quando, numa interação, alguém sorria para um estranho de forma mais reativa e apropriada, eles cooperavam mais. Sorrir de forma consistente, sem prestar atenção ao contexto, embora seja melhor do que não sorrir, não fomentava tanta confiança.
Sorrir é geralmente um sinal honesto da intenção e do caráter de alguém, desde que surja de forma convincente, o que significa estar-se realmente envolvido e atento.
E o sorriso da Mona Lisa, é sincero ou não?
Adorei meu amigo. Eu tenho um riso muito fácil. Muitas pessoas inclusive se incomodam.
Será que devo refletir sobre isso?
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