
Falando do Tao.
A natureza do Tao é fluida, móvel e está em constante transformação.
Aquele que se une ao Tao valoriza a fluidez, adapta-se às mudanças da vida, aceita o novo e desapega-se do passado. “Mas, como conseguir essa mobilidade, se estamos constantemente nos fixando, se às vezes nos prendemos ao conhecido mesmo que infelizes?” (Paulo Bloise)
Uma das metas do Tao é fazer com que a pessoa se conscientize e experimente sua ligação com tudo que a cerca.
As filosofias chinesas, assim como as indianas, pressupõem a existência de uma realidade última, subjacente, que unifica todas as coisas.
A experiência da totalidade pode ser compreendida como viver um presente infinito: “Não há nada além da experiência presente.” (Ken Wilber)
Quando um sábio é retratado, suas qualidades costumam aparecer na vida cotidiana e não em grandes feitos heroicos.
“O taoísmo é um meio de chegar a um acordo com esta vida, em vez de estudar o que fazer na próxima.” (Ray Billington)
“Para o chinês, o Tao abrange uma infinidade de conceitos: é ao mesmo tempo princípio, processo do mundo, força cósmica, força espiritual, essência da vida, natureza, verdade e realidade …
Literalmente, o Tao é o caminho ou a via.
O ideograma que o representa compõe-se de dois elementos: o primeiro significa ‘cabeça, guia’; o segundo, andar a pé, ir para diante.
Os dois elementos que compõem a palavra Tao representam algo em movimento e não fixo.
Dão ao mesmo tempo a ideia de princípio, de origem e de itinerário.” (Anton Kielce)
“Quando Lao tse diz: ‘Todos os seres são claros, só eu sou turvo’, exprime o que sinto em minha idade avançada.
Lao tse é o exemplo do homem de sabedoria superior que viu e fez a experiência do valor e do não-valor, e que no fim da vida deseja voltar a seu próprio ser, no sentido do eterno e incognoscível.
O arquétipo do homem idoso que contemplou suficientemente a vida é eternamente verdadeiro; em todos os níveis da inteligência; esse tipo aparece e é idêntico, quer se trate de um velho camponês ou de um grande filósofo como Lao tse.” (Carl Gustav Jung)