Uma guerra relâmpago

Mapa da guerra dos seis dias

É quase consenso que a Guerra dos Seis Dias teria sido evitada se a URSS não tivesse contado aos árabes sobre um plano israelense para “atacar a Síria”. Era uma mentira.

Gamal Abdel Nasser, presidente egípcio e líder na região não acreditou na história, mas a pressão política árabe o tirou do imobilismo.

A Síria e o Egito haviam constituído a República Árabe Unida em 1958 e, embora desfeita em 1961, permanecia a ascendência política de Nasser.

Com a mobilização das forças egípcias e sírias para suas fronteiras com Israel, eles começaram a acreditar que Israel seria rapidamente derrotado.

Esta foi a terceira guerra entre árabes e judeus.

A primeira foi em 1948, com o ataque conjunto de forças da Transjordânia, Egito, Síria, Líbano e Iraque.

Em 1956, após a nacionalização do Canal de Suez, Israel se aliou à França e ao Reino Unido – proprietários da hidrovia – e ocupou o Sinai.

Eisenhower, entretanto, condenou a invasão tripartida e apoiou as resoluções da ONU exigindo a retirada e que uma Força de Paz da ONU fosse estabelecida no Sinai. 

BREVE RELATO

15 de maio de 1967: os judeus comemoravam o 19º aniversário de sua independência.

Chegavam informações sobre deslocamentos militares egípcios no deserto de Sinai.

A rádio do Cairo anunciava: “Nossas forças militares começaram a se deslocar no Sinai, para repelir qualquer agressão israelense contra a Síria.”

No início do mês, Nasser havia declarado que “… se deve haver uma guerra, é melhor que ela seja total. Nosso objetivo básico será destruir Israel.”

Ele considerava a própria existência do Estado israelense um ato de agressão contra o povo árabe. E que Israel interrompia “a continuidade territorial” do mundo árabe.

A Síria, por outro lado, continuava suas provocações contra Israel. De 1965 até maio de 1967, foram consumados 113 atos de terrorismo em solo israelense.

A rádio de Amã advertia: “É melhor fugir agora, enquanto não chegamos. Vocês sabem como os árabes exercem a sua vingança …”

18 de maio: o Egito exigiu que a ONU retirasse imediatamente suas Forças de Paz. O secretário-geral da ONU concordou.

Em 22 de maio, Nasser avançou um pouco mais: “De agora em diante, a bandeira israelense não mais passará pelo Estreito de Tiran. Se Israel deseja a guerra, seja benvinda. Comparemos as nossas forças …”

Cerca de 80% do petróleo consumido em Israel entrava no país através desse Estreito. E, o bloqueio paralisou todo o comércio do país com a África e a Ásia.

O primeiro-ministro, Levi Eshkol, declarou que o bloqueio constituía uma violação brutal das leis internacionais e uma agressão contra Israel.

Lyndon Johnson concitou o Egito a levantar seu bloqueio ilegal, numa declaração pálida.

A União Soviética repetia que Israel era o agressor. França e Reino Unido se omitiam, embora se dissessem simpáticos a Israel.

Depois de muita lenga-lenga das potências sobre o impasse, Israel decidiu-se pela guerra preventiva.

Em 5 de junho, nas primeiras horas, surgiram as primeiras manchas nas telas de radar da Força Aérea de Israel. Minutos depois, uma quantidade considerável de aviões israelenses já estava no ar.

Em menos de três horas o poderio aéreo egípcio fora praticamente destruído.

Às 8 horas, forças terrestres israelenses atravessaram a fronteira para o Sinai.

Outras frentes também foram abertas: as colinas de Golan, na Síria, e a Cidade Velha, em Jerusalém.

No dia 9 de junho, o próprio Nasser, em discurso transmitido por rádio e televisão, admitiu a derrota. Mas, justificava-se, afirmando que Israel fora ajudada pela Grã-Bretanha e EUA.

Pelo menos 10 mil egípcios morreram e cerca US$ 1,5 bilhões em equipamentos militares foram destruídos. Do lado judeu, morreram 700 soldados.

O que teria acontecido caso os árabes tivessem vencido? Centenas de cilindros de gás de mostarda foram encontrados nos depósitos do Exército egípcio no Sinai. A população civil seria exterminada?

Em 1973, Egito e Síria procuraram dar o troco, com um ataque surpresa, no feriado judaico Yom Kippur. Mas, é outra história.

Publicado por Dorgival Soares

Administrador de empresas, especializado em reestruturação e recuperação de negócios. Minha formação é centrada em finanças, mas atuo com foco nas pessoas.

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