
Plotino (205-270 d.C.) foi um propagador das ideias platônicas. Influenciou o pensamento cristão, islâmico e judaico.
Entre os que foram por ele influenciados temos pensadores do Renascimento e, também, teólogos. Exemplos: Agostinho, Dionísio Pseudo-Areopagita, Gregório de Nazianzo, Gregório de Nissa, Boécio, Scoto Erígena, Alberto Magno, Tomás de Aquino, Dante Alighieri, Mestre Eckhart, João da Cruz, Giordano Bruno, Espinosa, Leibniz, Henri Bergson …
Para ele existem três princípios: o Uno, o Intelecto (nous) e a Alma (psykhés)
Já falei aqui sobre o Uno, um ser supremo.
Na 10ª Enéada, ele explica porque a Alma se distanciou do Uno:
“O que pode ter levado as almas (psykhés) – elas que eram parte do mundo mais alto (o Mundo Inteligível) e pertenciam completamente a ele – a esquecerem seu Pai, Deus, e a ignorarem tanto a si mesmas como a ele?
A origem do mal que as tomou foi a vontade própria, foi a entrada na esfera da alteridade e o desejo de pertencerem a si mesmas.
Elas conceberam um prazer nessa liberdade, e se permitiram mover-se por si mesmas.
Tomando assim o caminho contrário, e afastando-se cada vez mais (de seu princípio), acabaram por perder até mesmo a lembrança de sua origem divina.
Como uma criança que é retirada de casa quando ainda muito pequena e permanece longe por muitos anos não saberá quem são seus pais, nem quem ela mesma é, assim também as almas, não mais vendo se Pai nem a si mesmas, caíram na autodepreciação.
Como não mais conheciam a sua origem, dirigiram seu respeito a coisas erradas e honraram a tudo mais que a si mesmas.
Toda a sua reverência e admiração foi dirigida às coisas que lhes eram exteriores e, apegando-se a tais coisas, romperam seus laços originais, tanto quanto isso é possível a uma Alma.
Ao olharem para o que é terreno e não olharem para si mesmas, tornaram-se completamente ignorantes a respeito de Deus.”
A conciliação da Alma com Deus requer algumas mudanças de perspectiva:
- as coisas que a Alma agora aprecia são desprovidas de valor;
- considerar a origem e a dignidade da Alma;
- a Alma deve aprender primeiro a respeito de si mesma;
- todas as coisas vivem devido ao todo (…)
Os pequenos estímulos cotidianos, meu caríssimo, contidos em suas publicações, haverão de nos libertar da escuridão que o desconhecimento nos condena.
Você é puro privilégio.
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