
Estamos revirando as entranhas da Terra. Nosso papel como agentes do Antropoceno é ‘marcante’.
O mundo perde suas feições originais e se reveste de aparatos criados pela humanidade. Além dos efeitos climáticos, poluímos o ar, águas e produzimos lixões. Usamos e dispomos do meio natural como se fosse inesgotável.
A matéria anexa ilustra nossa insaciabilidade e denota os efeitos do chamado ‘progresso’.
À medida em que ‘produzimos’ para nos ocuparmos e ocupar os espaços, reduzimos a massa biológica do planeta, conforme estimativas abaixo:
“A massa total de objetos produzidos pela atividade humana se igualou à massa de todos os seres vivos existentes no planeta.
Um grupo coordenado pelo pesquisador Ron Milo, do Instituto de Ciência Weizmann, em Israel, calcula que em 2020, com uma margem de erro de seis anos para mais ou para menos, a massa total dos objetos gerados pelos seres humanos – a chamada massa antropogênica, constituída de máquinas, edifícios, estradas e outros objetos – tenha alcançado 1,1 trilhão de toneladas, o mesmo valor que somam todos os seres vivos da Terra, de plantas e animais a organismos microscópicos.
Em 1900, a massa dos produtos elaborados pelo homem correspondia a apenas 3% da massa de seres vivos, a biomassa do planeta.
De lá para cá, a produção humana cresceu em ritmo acelerado à taxa de 30 bilhões de toneladas por ano, e a massa antropogênica dobrou a cada 20 anos.
Se continuar aumentando nos níveis atuais, deve alcançar 3 trilhões de toneladas em 2040.
Estima-se que a massa de seres vivos do planeta já tenha sido de 2 trilhões de toneladas. Ela diminuiu à metade em cerca de três milênios em consequência da agricultura e derrubada de florestas – árvores e arbustos são responsáveis por 90% da biomassa do planeta.”
(Texto de Léo Ramos Chaves)
Este texto foi originalmente publicado por Pesquisa Fapesp. Leia o original aqui.