
“À medida que se derretem os solos frios do permafrost, há a ameaça de fuga de vírus primitivos e esquecidos, além de bilhões de toneladas de gases de efeito estufa que ficaram presos por milhares de anos, que podem ser catastrófico para as mudanças climáticas.” ( Sam Alvarado)
Assim como a devastação de terras virgens, com a destruição de habitats, poderá nos trazer novas epidemias, o derretimento do permafrost pode nos trazer sérias ‘preocupações’.
O permafrost é o solo que passa todo o ano congelado e que cobre 25% da superfície terrestre do Hemisfério Norte, sobretudo na Rússia, Canadá e Alasca. Sua espessura pode ir de poucos metros a centenas. Contêm quase 1,7 trilhão de toneladas de carbono, ou seja, quase o dobro do dióxido de carbono (CO2) presente na atmosfera.
Lembrando, a Gripe Espanhola, que teve origem no Kansas, e cujo vírus influenza era, então restrito às aves, passou a se manifestar também em humanos. Um ano depois, cerca de 100 milhões de pessoas haviam morrido!
Estamos inseridos na teia da natureza. Ignorar isso é suicídio.
As mudanças climáticas atuais são provocadas por nós, os sapiens sapiens – não há dúvidas, segundo o conhecimento científico.
“… as atividades humanas foram responsáveis por um aumento de aproximadamente 1ºC na atual temperatura média do planeta, comparada aos anos pré-industriais e os mais de 200 cientistas do IPCC estimam temperaturas ainda mais altas após 2030.” (Rubens T. O. Duarte e outros)
Um grau de temperatura parece pouco, mas é o suficiente para indicar que o indivíduo pode ter uma infecção.
Para os répteis, por exemplo, o sexo de sua prole depende da temperatura: os embriões de tartarugas, desenvolvem-se como machos se o ovo for incubado a 28ºC, ou como fêmeas se estiver a 30ºC.
Alguns paleontólogos acreditam, até, que a extinção dos dinossauros se deveu a um desbalanceamento entre os sexos, em decorrência da mudança de temperatura – além das demais consequências.
Algumas espécies podem se beneficiar do aumento da temperatura. O Aedes aegypti – e os vírus que transmite – por exemplo, adoram.
No Ártico, composto por parte do Alasca, Canadá, Groenlândia, Escandinávia e pela Rússia, a temperatura vem subindo até três vezes mais rapidamente que no resto do mundo desde os anos 1980.
O derretimento do permafrost no Ártico aumentou de 30 bilhões para mais de 250 bilhões de toneladas de gelo anuais nos últimos 10 anos. Até 2100 o permafrost pode derreter totalmente.
Os estimados 1,5 bilhão de toneladas de carbono ‘presos’ pelo permafrost virão à tona.
E, com a liberação desses microorganismos do permafrost, seus metabolismos serão ativados e darão início à degradação dos estoques de carbono: mais CO2 e CH4, o que alimentará o aquecimento do planeta.
Nossos descendentes verão.